Congresso de Umbanda e Candomblé propõe diálogo religioso para promover a paz

Os presentes foram unânimes em encarar o 13 de maio como dia de luta, não de comemoração
13/05/2003 21:18

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DA REDAÇÃO

A Assembléia Legislativa sediou na manhã desta terça-feira, 13 de maio, o pré-lançamento do V Congresso de Umbanda e Candomblé de Diadema e Grande São Paulo. Na abertura do evento, presidida pelo deputado Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho do PT, salientou-se a importância do 13 de maio como Dia Nacional de Denúncia ao Racismo. "Hoje é o dia da valorização da história e cultura africana no Brasil, um dia de denúncia contra a discriminação no trabalho, na religião, na cultura e contra a violência policial aos descendentes afro-brasileiros", ressaltou Tiãozinho.

Também o deputado Nivaldo Santana (PCdoB), falou da necessidade de luta dos negros para a conquista de liberdade religiosa. "Nosso país é o país da diversidade racial. Essa pluralidade tem que ter como pilar fundamental o respeito à liberdade e culto religioso", falou. Para a deputada Maria Lúcia Prandi (PT), "o 13 de maio tem um sentido de denúncia, luta e resistência do povo negro na sociedade".

Igualdade de crenças

O coordenador geral do evento, pai Francelino de Shapanan, saudou o patrono do V Congresso e 1.º orixá cultuado em terras brasileiras: Ere Xangô. Segundo ele, Xangô é um deus político, preocupado com a sobrevivência do seu povo. "Nestes sete dias de estudos e reflexões vamos procurar o fortalecimento do povo do Axé com o Poder Legislativo, através do respeito aos rituais, à fé e à religião, procurando a igualdade com as demais crenças presentes no país", disse pai Shapanan. "Queremos um Brasil plural, em que o diálogo religioso possa promover a paz".

O representante da prefeitura de Diadema, Marcos Nunes, da Coordenadoria de Combate ao Racismo do município, convidou os presentes para acompanhar a agenda de eventos promovidos pela coordenadoria durante todo o mês de maio, "em que se procura o combate direto ao racismo e a promoção da igualdade racial em Diadema".

Durante o evento foram homenageadas personalidades e instituições que promovem a valorização da cultura negra. Entre os homenageados estão as escolas de samba Nenê da vila Matilde, Império da Casa Verde e Mocidade Alegre; o grupo de afoxé Ilê Omo Dadá; o Ogan Antônio Basílio filho; o professor da USP Carlos Eugênio Marcondes Moura; e José Walter Destefane.

alesp