Engenheiros da Ferroban vistoriam local de constantes enchentes


30/11/2000 16:12

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Por solicitação da deputada estadual Mariângela Duarte (PT),

assessores de engenharia da Ferrovias Bandeirantes S.A. (Ferroban)

estiveram em Cubatão nesta quarta-feira, 29/12, para vistoriar a ferrovia

localizada no núcleo residencial Vale Verde.

Os engenheiros José Rinaldo Maniezo, Ciriney Garla, vindos da sede da

empresa, em Campinas, e Castilho, responsável pela manutenção da

ferrovia, foram recepcionados na Secretaria Municipal de Meio Ambiente

pelo titular da pasta, José Perez Bezzi, e seu grupo de assessores técnicos; pela deputada Mariângela Duarte e pelos vereadores Sônio Célio e a recém eleita Márcia Rosa (PT), além da professora Sueli Machado, moradora do bairro.

A área, que abriga cerca de 1.100 moradores, tem sofrido constantes

inundações - tanto devido às enchentes do córrego Mãe Maria, provocadas

pelo assoreamento e pelo trajeto natural do rio, extremamente sinuoso -

necessitando, portanto, de desassoreamento permanente, de alinhamento de

curso e de alargamento - quanto, acreditam os técnicos da Secretaria

Municipal do Meio Ambiente do Município de Cubatão, pelas manilhas

existentes sob o trilho da ferrovia, que já se tornaram precárias para

suportar o intenso fluxo de água.

Segundo Maniezo, devido ao processo de zoneamento do bairro, iniciado há

13 anos, o problema mais sério é a captação de água e adequação do

sistema de drenagem de solo que, agora, com o bairro edificado, apresenta

maior impermeabilização. Há 280 residências no núcleo e mais 150 em fase

de construção e de acabamento.

R$ 200 mil. Outro problema sério é o financeiro. Maniezo lembrou que,

quando a Ferroban passou a ser a operadora (antes era a Fepasa) só havia

um bananal, constantemente alagado por ser o local uma bacia e, por isso,

as manilhas comportavam perfeitamente o fluxo de água. A construção das casas, promovida pela Prefeitura, acarretou maior e insustentável volume de água. Maniezo defende que as obras solicitadas à Ferroban - necessárias, indubitavelmente, admite o engenheiro - devem, também, ser custeadas pelo município e interessados. Segundo Maniezo as despesas deverão ser de, no mínimo, cerca de 200 mil reais.

Parceria. A deputada interveio lembrando que, do ponto de vista legal,

ao se tornar concessionária nesse arrendamento (a empresa é só a

operadora, a União, a proprietária), a Ferroban deve assumir a

responsabilidade do passivo. Mariângela sugeriu, então, uma parceria da

Prefeitura com a Ferroban, o que foi aceito pelas duas partes.

Entretanto, a atual gestão da prefeitura está com o caixa a zero e,

mesmo em parceria, não tem como iniciar a obra, admitiu Bezzi. O futuro secretário do meio ambiente de Cubatão, que assumirá na gestão do prefeito eleito Clermont Silveira Castor, a partir de 2001, foi convidado a participar da reunião para já ficar a par e/ou assumir os encaminhamentos, mas nenhum representante compareceu ao encontro.

Em andamento. No entanto, mesmo em final de gestão, tendo em vista a

gravidade e urgência da questão o atual secretário está entregando à

Ferroban o projeto para a obra já com os pareceres do DEPRN

(Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, órgão

subordinado à Secretaria Estadual do Meio Ambiente) e do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica, da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Obras). O engenheiro Ivaldo, projetista da Ferroban, será designado para dimensionar a estrutura do projeto da nova tubulação.

Maniezo também solicitou dois estudos: o de previsibilidade máxima de

crescimento de moradias no local e outro, onde se garanta que, por ser a região

uma bacia (fato que naturalmente favorece alagamentos), a obra a ser

realizada tenha a eficácia necessária e de longo prazo: 20 anos, arriscou.

Emergencialmente. Uma vez que só o governo de Clermont poderá dar andamento à obra, o Cel. Bezzi, de imediato, assumiu o compromisso de

construir, de imediato, um piscinão para captar a saturação de água, a fim de

minimizar as enchentes; e, para adiantar os estudos, já estará entregando o projeto à Ferroban, uma vez que um processo de licitação para execução da

obra deverá durar seis meses, no mínimo.

A Ferroban, por sua vez, se encarregará da limpeza e desassoreamento do local, mas lembrou que a comunidade tem de colaborar não atirando mobiliário

e outros volumes no bueiro, o que agrava a situação.

O Vale Verde fica no Km 60 da Rodovia Pedro Taques, na divisa com o

município de São Vicente.

(Mais informações, ligue para o Gabinete da deputada Mariângela Duarte - 3886-6548/6553)

alesp