Eleições à vista - OPINIÃO

Arnaldo Jardim*
09/06/2000 13:00

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A partir de agora, até o final do mês de junho, serão realizadas as convenções municipais e congressos locais, nos quais cada partido deverá definir suas candidaturas e eventuais alianças, para o pleito municipal de outubro.

Trata-se, sem dúvida, de um momento crucial para a definição do futuro da nossa cidade. Os cidadãos terão a oportunidade de decidir que administração pública desejam. Esse acontecimento tem ainda um sabor especial, pois ocorre numa época de revisão profunda dos rumos políticos e econômicos do País, quando a população dá mostras de insatisfação diante de uma política concentradora de renda, que pune o setor produtivo, e diante de um quadro de perigosa desmoralização da função pública.

Começa a se desfazer a verdadeira unanimidade, o silêncio burro do pensamento único que se estabeleceu como uma cortina em torno da preservação do mandato Fernando Henrique Cardoso.

A sociedade, após um período de letargia, está tomando para si a necessidade imperativa de redefinir o futuro do País, o que pressupõe algumas reformas importantes.

A reforma tributária não saiu do papel. A reforma previdenciária foi uma simples maquiagem. Além disso, há que se enfrentar a questão da Federação, com a revisão do atual pacto federativo, estabelecendo uma nova distribuição de responsabilidades entre Estados, Municípios e União.

Por essas e outras razões é importante uma participação ativa nesse período. E é com esse espírito e essa preocupação que o PPS está se organizando e atuará dentro de três eixos centrais:

. a ética na política - concretizaremos esse princípio, pois nossos futuros prefeitos, vice-prefeitos e vereadores estarão comprometidos formalmente com a abertura de seus sigilos fiscal e bancário desde já, nas suas indicações como candidatos;

. modelo alternativo de desenvolvimento - entendemos que nas eleições municipais é preciso inserir a discussão sobre a situação global da nação, divulgando a proposta, que Ciro Gomes tem apresentado ao País, de mudança do modelo econômico e social;

. poder local - apresentaremos nossas propostas concretas de fortalecimento do poder local, aperfeiçoando formas democráticas de gestão. Está embutida a visão de que o prefeito não deve ser simplesmente o gerente da máquina pública, mas deve incorporar a função de liderança que reúna o conjunto das lideranças municipais e seja, assim, capaz de implementar uma nova proposta de desenvolvimento para o município.

Como cidadão e presidente estadual do PPS, quero reafirmar o compromisso com a descentralização. Alicerçado na crença de que as transformações de que o Brasil necessita precisam iniciar-se nos municípios e nas comunidades.

*Arnaldo Jardim é deputado e presidente estadual do PPS. Engenheiro civil, foi secretário da Habitação (1993) e é relator geral do Fórum São Paulo Século XXI.

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