Deputado comenta acusações contra Maluf


28/08/2001 18:40

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DA ASSESSORIA

"Após Collor, ACM, o juiz Nicolau e agora Maluf, a imagem do Brasil como o país da impunidade aos poucos vai se esvaindo", disse nesta segunda-feira, 27/8, o deputado estadual Vanderlei Macris (PSDB) ao comentar a notícia de que o Ministério Público Federal requereu oficialmente o bloqueio de ativos financeiros do ex-prefeito da capital paulista, Paulo Maluf, na Ilha de Jersey. O pedido foi entregue em mãos ao procurador-geral do paraíso fiscal localizado no Canal da Mancha, William James Bailhache, no início de agosto.

Conforme o parlamentar, "Maluf já foi processado pelo menos uma centena de vezes. Seu patrimônio financeiro, entretanto, permitiu que pudesse contar com uma boa assessoria jurídica e escapar impune de diversas condenações, na maioria das vezes apelando das sentenças nas últimas instâncias da Justiça".

Para o deputado, há uma certa ironia do destino por trás das evidências apresentadas contra Maluf, documentadas pelo Ministério Público Estadual. "No passado recente, Maluf foi apontado pela imprensa como um dos responsáveis por divulgar o chamado dossiê da Ilhas Cayman, que depois, veio a se descobrir era um arrazoado de documentos falsos usados para incriminar o ex-governador Mário Covas, o ex-ministro Sérgio Motta e o presidente Fernando Henrique Cardoso. Dessa vez, no entanto, os documentos são autênticos e há provas consistentes contra Maluf".

Macris iniciou sua carreira política no PMDB e com o pluripartidarismo foi um dos fundadores do PSDB. Em 1982 denunciou os gastos excessivos do então governador do Estado, Paulo Maluf, em presentes, banquetes, viagens e estadias em hotéis de luxo para correligionário e aliados políticos. O caso ficou conhecido como o "Escândalo das Rosas" em razão do destaque dado às despesas com flores distribuídas na época pelo ex-governador.

alesp