No próximo dia 12, em comemoração ao Dia Estadual do Trabalhador da Saúde, 15 caravanas das regiões de Araçatuba, Bauru, Campinas, Franca, Jaú, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santos, São José do Rio Preto e Sorocaba levarão cerca de 600 trabalhadores à cidade de São Paulo.

Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo (Fetsesp), Edison Laércio de Oliveira, o evento tem o objetivo de homenagear os trabalhadores do setor e celebrar as conquistas da categoria nos últimos anos, especialmente a publicação da NR 32 "Norma Regulamentadora para Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde no Brasil. "A NR 32 é de extrema importância para o setor e irá revolucionar os processos no segmento da saúde, pois somos carentes no quesito de segurança e saúde no ambiente de trabalho", afirmou o presidente da federação.

A Assembléia realizará sessão solene, solicitada pelo deputado Rafael Silva (PDT), contando com a participação da coordenadora geral e representante governamental do Grupo Técnico Tripartite (GTT) da NR 32, Noeli Martins, do representante patronal do grupo, Luis Sérgio Soares Mamari, e do representante dos trabalhadores, Joel Félix. Outro convidado é o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. "Ele foi extremamente importante no processo de aprovação da NR 32, uma vez que facilitou o trabalho do GTT e não teve dúvidas quanto à necessidade da norma", reitera o presidente da federação.

Mas não só as alegrias serão lembradas neste dia. Uma das mensagens que a federação pretende passar durante os festejos do dia 12 é a do combate aos altos índices de acidentes apresentados pelo setor. Durante anos, o segmento tem ocupado o primeiro lugar no ranking de registros de acidentes do Ministério da Previdência Social, superando até mesmo o da construção civil. No último levantamento feito pelo órgão, em 2004, do total de 458.956 acidentes notificados, 30.161 correspondiam ao setor da saúde. O fato agravante é que houve um aumento de mais de 30% nesse índice em relação a 2003, quando o segmento registrou 23.108 acidentes.

Outro fato que preocupa os profissionais da área é o aumento contínuo de uma prática polêmica: o reprocessamento de produtos médico-hospitalares de uso único (descartáveis). A utilização até o desgaste total de produtos projetados para serem usados apenas uma vez tornou-se freqüente nos ambientes hospitalares. Os problemas inerentes a essa prática são uma exposição desnecessária aos riscos químicos e biológicos, capazes de afetar tanto os pacientes quanto os profissionais que manuseiam esses instrumentos.

Pesquisa realizada em abril passado com mais de 300 profissionais da área, que participaram do debate sobre reuso, promovido pela OAB/SP e a Fetsesp, demonstrou que 63,64% deles não acham a prática segura; 62,73% acreditam que os instrumentos perdem suas características iniciais; e 74,55% não sentem conforto com a utilização desses instrumentos em si ou em familiares.

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