Inquérito sobre excesso de alunos na rede pública paulista


01/11/2011 17:50

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"De vez em quando acontecem boas notícias aqui no Estado de São Paulo. Há poucos dias, por exemplo, o Ministério Público Estadual (MPE) aceitou representação deste deputado e instaurou inquérito civil para apurar o número excessivo de alunos em salas de aula da rede pública paulista", disse o 1º secretário da Assembleia Legislativa, deputado Rui Falcão (PT), em pronunciamento da tribuna da Casa nesta terça-feira, 1º/11.

Rui Falcão espera que "o Ministério Público Estadual apure esta situação que deprecia a educação paulista entre os vários descalabros que o governo Alckmin, do PSDB, permite aqui no Estado". Ele ainda observou: "sabemos que a educação é o principal instrumento para a grandeza e o crescimento dos povos".

Conforme o 1º secretário, o promotor João Paulo Faustioni e Silva, do Grupo de Atuação Especial de Educação (Geduc), levou em conta na representação que 60% das escolas paulistas têm sala de aula lotada, segundo reportagem publicada na Folha de S. Paulo. "Em 64% delas há problemas em mais de uma turma. O levantamento feito pela Folha teve por base dados do Ministério da Educação do Censo Escolar de 2010", destacou.

"Diz a nossa representação que o ambiente de estudo é prejudicado e não comporta o mínimo necessário para o bom desenvolvimento da educação, conforme normas definidas pelo próprio Estado. Há alunos deslocando-se por outras salas na tentativa de obter carteiras extras para acompanhar as aulas", lamentou.

O problema, de acordo com Falcão, atinge 890 mil alunos. Entretanto, lembrou, que "nenhuma providência vem sendo tomada pelo governo do Estado e pela Secretaria de Educação". Segundo o Plano Plurianual (PPA), o Estado deveria entregar entre 2008 e 2010, 3.447 salas, mas entregou não mais do que 903.

O prejuízo educacional é uma consequência natural, segundo ele, uma vez que o contato entre alunos e professores é prejudicado e a quantidade, por vezes, impede um melhor aproveitamento em sala de aula. "Sabemos que no nosso Estado há turmas com mais de dez alunos acima do máximo recomendado. Estudantes queixam-se que são obrigados a estudar apertados ou procurar carteiras em outras salas e até dividir assentos", comentou.



rfalcao@al.sp.gov.br

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