Autor do pedido de CPI para averiguar irregularidades nos contratos para as obras do rodoanel, o deputado Emídio de Souza (PT) considera que o depoimento do secretário dos Transportes, Michael Zeitlin, a três comissões da Assembléia Legislativa demonstrou que o governo vendeu à opinião pública uma imagem falsa. "Os contratos com empreiteiras, com valor inicial de R$ 338 milhões, foram elevados com o aditamento para R$ 575 milhões. Isto fere a lei de licitações, que limita os aditamentos em 25%, justamente para evitar manobras de empresas com a finalidade de ganhar licitações. As empreiteiras estão comemorando com champagne", disse Emídio. Ele denunciou ainda a indústria das desapropriações, com áreas supervalorizadas em até 75% e questionou o fato de a concessionária Autoban, que administra as rodovias Anhangüera e Bandeirantes, ter sido autorizada a construir um viaduto de acesso ao rodoanel, avaliado em R$ 60 milhões, e agora, com custo atual de R$ 104 bilhões, querer cobrar do governo do Estado a diferença. Ele questionou ainda: "Por que a Autoban pode construir um viaduto de acesso e outras concessionárias não?" Segundo Emídio, o secretário Zeitlin mantém-se como sócio de empresas contratadas no empreendimento do rodoanel.