Um equilíbrio cromático entre ciência e poesia a odisséia espacial de Walmir Teixeira:

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
31/01/2008 16:56

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A pintura de Walmir Teixeira está numa nova dimensão humana: a espacial. Seu mérito é de dar prosseguimento a um discurso além da retórica comemorativa: abrindo dialeticamente o espaço e assumindo uma linguagem responsável toda sua.



Em vista de uma contínua necessidade de esclarecimento conceitual, onde a raiz de um fenômeno pode estar presente em diversos períodos, ele alinha sua linguagem sobre posições sempre novas. O pintor encontrou desde logo um equilíbrio entre ciência e poesia, com vantagem para essa última.

Todo artista tem a necessidade de definir a posição do pintor contemporâneo frente às componentes históricas, de conteúdo e de forma da era que se abriu.



Trata-se de um discurso difícil, que Walmir Teixeira elabora com fortíssima paixão.

A sua pintura é feita de sol e de luminosidade. Corre sobre o fio da fantasia como um acrobata - equilibrista capaz dos mais árduos volteios. Um fio sem rede, bem entendido, onde cada pincelada nasce da invenção do momento, obedece a um impulso imediato, responde a exigência de dar forma e cor a uma nova descoberta.



A fantasia deve ter uma certa ordem e a pintura, necessariamente, regras. Sonhando em outros mundos e em outras civilizações, o artista prossegue no caminho e sua pintura assume cada vez mais força e vitalidade. O seu discurso se compõe assim de mil episódios cromáticos que se fundem numa visão floral, numa grande sagração, de resultado verdadeiramente poético.



O vigor de seu temperamento é manifesto em cada obra e em cada pincelada, onde a interpretação e a transfiguração se evidenciam em chave de sentimento e de fantasia. Trata-se de uma pintura que do inconsciente penetra com insistência dentro dos limites do real, quase a evocar os segredos e os mistérios que se escondem. Mistérios e segredos que compõem a essência de nossa condição humana e que somente a luz da arte pode paulatinamente desvendar.



Calor e vitalidade se liberam de sua obra "Tatáuata" (fogo que anda), doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, onde nada é artificialmente desejado. Sensível ao espetáculo da vida Walmir Teixeira domina o seu tema cósmico e nos comunica suas emoções: a proeminência do lirismo é a lei essencial de sua arte.



O artista





Pintor, gravador, escultor e ilustrador, Walmir, pseudônimo artístico de Walmir Teixeira da Silva, nasceu em Palmital, São Paulo, em 1943.



Participou de inúmeras exposições coletivas das quais destacamos: Xilogravuras, Galeria Veríssimo, SP e Aldeia de Carapicuíba, SP (1969); IV Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul, SP (1970); III e IV Encontro de Artes Plásticas de Atibaia (1970 e 1971); Exposição de Arte Contemporânea, School of Marie Imaculate, SP (1971, 1972 1974, 1975, 1976, 1977 e 1979); "Grupo Atelier 178", Galeria Atualidade da Hebraica, SP (1980); Chapel Art Show, SP (1980, 1981, 1982, 1999 e 2001).



Realizou as seguintes mostras individuais: "Abstração", Galeria Batuque, SP; Bienal de Nacional, SP (1972); "Tridimensional", Espaço Tabacow, SP (1991); "Conexão com o inconsciente", Galeria de Arte André, SP (1993); Itinerante, salas Vips Dinners, Aeroportos de Recife, Fortaleza e São Paulo (1995); "Essência Interior", Galeria de Arte André, SP (1998); Sala Vip TAM (2001); Jill's Gallery, Karlrushe, Alemanha; " Os 7 baluartes do Abstracionismo Brasileiro", Nova Galeria André (2002) e XVII Centro Brasileiro-Britânico, SP (2003).



Além de expor na Iugoslávia, Estados Unidos, Alemanha e Portugal, possui obras no Acervo do Museu Nacional de Belas Artes de Santiago, Chile e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e diversas coleções particulares.

alesp