"As hepatites virais representam um grande desafio para as autoridades de saúde, principalmente em sua forma mais grave, a Hepatite C. No Hospital Guilherme Álvaro, de 10 a 12 novos diagnósticos de Hepatite C são feitos semanalmente", comenta Prandi, frisando que o hospital - que é o único estadual da Região - não dispõe da estrutura necessária para realizar exames complementares de diagnóstico e de acompanhamento do paciente durante o tratamento. A estatística de incidência da Hepatite C foi fornecida à deputada pelo Grupo Esperança, organização não-governamental sediada em Santos, que reúne portadores de Hepatite C. A destinação dos recursos para o Hospital é mais uma estratégica da ação que a deputada desenvolve, em conjunto com o Grupo, para efetivar a criação do Centro de Referência. Segundo Maria Lúcia Prandi, a própria coordenadora do programa estadual de Hepatites Virais, Gerusa Figueiredo, reconhece que os serviços oferecidos pelo Ambulatório de Hepatites do Hospital Guilherme Álvaro o credenciam como referência no tratamento da doença: "Isto foi admitido em duas reuniões, uma delas no gabinete da coordenadora, mas é necessário que haja regularização e oficialização da proposta e a conseqüente criação de estrutura para funcionamento nos moldes que uma unidade de referência requer". Prandi acrescenta que a reivindicação tem forte respaldo em números que apontam crescimento de 900% na porcentagem de pacientes atendidos no Guilherme Álvaro, nos últimos cinco anos. "Mais do que oportuna, a instalação do Centro de Referência é inadiável", adenda. Tratamento - O enfrentamento da Hepatite C é objeto de duas outras propostas da deputada Prandi para emendar o Orçamento do Estado, totalizando investimento de R$ 3 milhões, que se destinam à continuidade de implantação do Programa Estadual de Hepatites Virais e distribuição gratuita do medicamento Interferon Peguilado. Liberado há cerca de seis meses no Brasil, o remédio é a mais recente descoberta para combater o vírus da Hepatite C."Em associação com a Ribavirina, o remédio aumenta entre 30 e 70% as chances de cura dos pacientes, podendo chegar a 100% quando o vírus é de família menos agressiva", explica, acrescentando que é direito constitucional do paciente o acesso ao que há mais eficiente na atenção à saúde. Ainda de acordo com Prandi, o custo do remédio - cerca de R$ 4 mil /mês, durante pelo menos seis meses - inviabiliza o custeio do tratamento pelo próprio paciente.