Opinião: Exportações


15/03/2005 15:59

Compartilhar:


Durante a campanha eleitoral, o prefeito José Serra assumiu publicamente o compromisso de não subir a tarifa dos ônibus até o final de 2005. Mas, com apenas dois meses no cargo, Serra anunciou um aumento de 17,65% no preço da passagem. Além de não cumprir a palavra, o novo prefeito provocou um forte impacto no orçamento dos paulistanos, a elevação da tarifa gera uma inflação de 0,7%.

O aumento significa que uma pessoa que utiliza duas conduções por dia, durante todos os dias do mês, gastará R$18 a mais. Com uma família de cinco pessoas, que é a média nacional, o gasto mensal com transporte aumenta R$ 90,00. Além de comprometer a situação econômica dos trabalhadores, amplia a exclusão dos desempregados na capital, que terão mais dificuldades para procurar emprego.

As micros, pequenas e médias empresas também foram atingidas pelo aumento, mas quem vai pagar a conta são os empregados. Algumas empresas já afirmaram que para evitar a elevação dos custos com o vale-transporte vão dar preferência aos funcionários que tomam apenas uma condução para o trabalho.

A gestão de Serra está provando que o transporte público não é mais prioridade na cidade de São Paulo. Como se não bastasse elevar a tarifa, a administração municipal abriu os terminais, acabando com a integração gratuita.

Mas, não é apenas o transporte público paulistano que corre o risco de ser desmontado, outras conquistas obtidas na gestão de Marta (na área da educação, só para citar uma), estão sendo abandonadas pelo prefeito do PSDB. Estamos atentos.

Exportações

Entre março de 2004 e fevereiro de 2005 as exportações brasileiras ultrapassaram a marca dos US$ 100 bilhões, um recorde histórico para o país. A meta do governo federal, alcançada com quase dois anos de antecedência, mostra o vigor das vendas do país para o mercado externo. Com isso, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, já admite a possibilidade de ultrapassar a expectativa de atingir os US$ 108 bilhões em 2005.

O aumento nas exportações é um dos fatores principais para o saldo positivo referente à criação de postos de trabalho no Brasil. Em 2004, foram 1,5 milhão de novas vagas com carteira assinada e essa tendência permanece este ano. Em janeiro, foram criadas 115.972 vagas formais, melhor resultado para o período desde 1992. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a população ocupada em janeiro deste ano em seis regiões metropolitanas cresceu 4,1% em relação ao mesmo período de 2004.

O governo federal tem estabelecido ações para promover as exportações brasileiras. A primeira delas foi desburocratizar o procedimento de exportação, reduzindo a documentação exigida, eliminando autorizações prévias e consolidando em um único documento todas as normas relativas à exportação. Este é um trabalho constante, dada a dinâmica do comércio internacional, e inclui ainda a informatização de todo o processo exportador.

Outra medida que promove a pequena e média empresa brasileira é a instalação pela APEX de um centro de distribuição de produtos nacionais, em Miami, Estados Unidos. O centro tem espaço para armazenagem de produtos, um showroom e um escritório comercial e administrativo. As empresas podem ficar instaladas por um período de 12 a 18 meses para a consolidação de seus produtos no mercado. A idéia é reduzir a distância entre as empresas e seus clientes estrangeiros. O próximo centro será instalado na Alemanha no segundo semestre deste ano.

Além disso, a APEX vai participar, em 2005, de 500 eventos levando mais de 15 mil empresas para esses encontros. Segundo o ministro do Desenvolvimento, a criação da Marca Brasil, apresentada no último dia 18 de fevereiro, também deve impulsionar os produtos brasileiros no exterior. "Isto é apenas o começo, ainda existe muito espaço para o crescimento das vendas externas do Brasil", completou Furlan.

*Cândido Vaccarezza é deputado estadual

alesp