Opinião - Lições que excedem a vida


31/05/2011 10:47

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Em 29 de maio, foram completados dois meses da morte de um dos homens mais fortes, sábios, humanos e honrados que conheci. Com seu sorriso sincero e tímido, sua fala carregada de vivências, José Alencar (1931-2011) será sempre lembrado por nós, e creio que também pelas gerações vindouras. Ele foi um desses homens que se tornou referência de caráter em nosso país. Quem dera, todo ser humano tivesse a sua postura frente à vida.

A frase "não tenho medo da morte, tenho medo da desonra" foi imortalizada, assim como sua imagem de político e empresário ilibado. Na verdade, seu exemplo transcende a morte, suas aparições serviram como consolo e força para os que passaram pela mesma situação. Para ele, o homem honrado, especialmente aquele que milita na vida pública, não morre nunca. Mas, se ele for um camarada desonrado, morre em vida.

Mesmo em meio a uma guerra contra o câncer, ele parecia ser inabalável. Os brasileiros se acostumaram a ver José Alencar saindo do hospital, às vezes, andando, outras, de cadeiras de rodas, mas sempre sorrindo e acenando para todos. Zé chegou a sancionar leis de dentro do hospital, pois nunca parou de trabalhar pelos brasileiros.

Por unanimidade, quem gostava de Lula gostava também de José Alencar, mas mesmo quem não gosta do ex-presidente também gostava de José Alencar.

Fundador da maior empresa do ramo de tecidos do mundo, Alencar nunca passou por cima de ninguém. Conquistou sua posição por meio de seu carisma e trabalho. Ele considerava um dever ser transparente com a população, pois acreditava que esse era o dever de um homem público.



*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e presidente estadual do partido.

alesp