Pedro Pinkalsky, nos apresenta a quinta essência de sua arte, fruto de uma paciente recuperação de objetos os mais diversos, sejam eles de nossa tecnologia industrial ou de nossas pedras graníticas.Com uma rara imaginação criadora o escultor e pintor, forte de seu heteróclito tesouro, se dedica a um meticuloso trabalho de assemblage que constrói ao sabor de sua fantasia e de seus sonhos. Eis que o milagre se produz dos vestígios de um mundo em degeneração, de relíquias de uma sociedade que a febre de consumo rende cega e ingrata: o artista refunde um universo seguindo suas normas e sua ética.Cada obra de Pedro Pinkalsky forma um todo, uma entidade micro-cósmica que encarna a matéria, poderosamente evocada pelo material selecionado, o espírito que emana da construção e o olhar prescrutante do artista.Arte conceitual? Certamente, pois é visível a mensagem. Mas a estética surrealista permanece também evidente transformando o conjunto em harmonioso e de uma beleza evocadora. Entretanto não permanecemos nessa atitude contemplativa. A admiração estimula uma vontade de penetrar o mistério da gênese de uma obra que consegue criar uma sorte de envolvimento. Analisando sua personalidade, o artista demostra um certo culto pelas reminiscências de uma nostalgia da infância e de um paraíso perdido que deseja recriar na irracionalidade e na poesia. Por outro lado, é curioso observar uma sorte de casamento entre a tecnologia, de inclinações frias e a natureza pela qual Pedro Pinkalsky permanece fascinado. Nessa aliança ¨matéria - natureza¨, existe ainda uma terceira dimensão: o da cultura. Com efeito, a encontrarmos no profundo humanismo desse artista que, não somente consegue uma perfeita integração da entidade objeto e a substancia vital, mas lhe insufla ainda toda a sua bagagem de conhecimentos intelectuais e existenciais. A escultura O cavaleiro do Apocalipse , doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, é testemunho dessa criatividade que transforma e enobrece a Recuperation art em surrealismo fascinante. O ArtistaPedro Pinkalsky, nasceu em São Paulo em 1942. Formou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie, no ano de 1969. Entrou em contato com a arte nas aulas de modelagem e desenho artístico frequentando ainda a Biblioteca da FAU. Participou das aulas de plástica e modelagem dadas pelo escultor Lazio Zinner.Por mais de 15 anos, trabalhou somente com pedra sabão, criando esculturas abstratas onde a forma harmoniosa era o principal objetivo. Com o passar do tempo começou a acrescentar materiais como: ferro, madeira, plástico, sucatas e diversos elementos que encontra na natureza.Morando em uma casa-ateliêr, divide o espaço com sua esposa, a artista Ivone Couto, e os filhos também iniciantes em arte. Sua casa é ao mesmo tempo museu, ateliêr, escola e galeria. Em suas aulas, além de conhecimentos técnicos, o escultor procura preservar e desenvolver a individualidade do aluno, para que ele encontre seu caminho, sua expressão.Participou de inúmeras exposições coletivas tanto no Brasil como no exterior e entre as mostras individuais destacam-se: Fundação de Arte de Ouro Preto e Galeria do ICBEU (1975); Museu de Arte de São Paulo e Faculdade de Arquitetura de Minas Gerais (1976); Galeria Paulo Prado, São Paulo; (1977,1982,1986 e 2000); Galeria Acaiaca, Curitiba; (1977),Galeria Projecta (1982) Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo (1986); Galeria Hebraica (1993); Memorial da América Latina (1994), ¨Pedras e Flores¨ no Centro Cultural Britânico de São Paulo (2000), Espaço Prodan, Parque Ibirapuera (2001).É detentor de inúmeros prêmios em prestigiados salões e museus brasileiros notadamente na Bienal de São Paulo. Suas obras encontram-se em coleções oficiais e privadas destacando Museu de Arte de São Paulo, Museu de Arte Moderna em São Paulo, Museu da Pampulha em Belo Horizonte e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.Desde 1976, exerce intensas atividades didáticas tanto em seu atelier como em Faculdades e Museus de São Paulo.