A humanidade com seus sentimentos constitue o tema central de Márcia Franco

Emanuel von Lauenstein Massarani
04/11/2003 14:00

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O tema central da pintura de Márcia Franco é a humanidade com seus sentimentos e seus problemas de vida de cada dia, numa relação contínua entre tema e objeto. Sua temática permeia diversas representações pictóricas que conseguem ocupar os espaços, irradiando-se, por assim dizer, seja das figuras centrais aos pólos, seja enclausurando-se em fundos paisagísticos ou naturezas mortas.

A artista manifesta em suas pinturas a incessante expressão do mundo exterior, aproximando-o, com sinais profundos ou veladas aparências, à dilaceração da dor humana, às analogias gestatórias das mães, à individualização aguda e, penetrando lá onde sentimentos e alegria, pobreza e fé tendem a constituir a estrutura orgânica do seu peculiar modo de pensar.

Encontramos em Márcia Franco uma pauta harmônica que solfeja em surdina a singular batida do coração com acentos rítmicos repletos de um humor fecundo e um amor operante. Sobretudo quando toca vértices do afeto, a pintora é profundamente emotiva tanto nas figuras femininas quanto nas crianças abandonadas. Vultos e corpos são esboçados no fervor do traço.

Na raiz da pintura de Márcia Franco encontramos uma sensibilidade extrema, comprimida, dominada por uma visão. Trata-se de uma pintura decisiva e, às vezes, agressiva por excesso de vitalidade. Com segurança se move no difícil jogo de luzes e sobre um amplo registro cromático de princípios tonais. Sua obra se articula com sobriedade através de um certo post-expressionismo.

Na trilogia "Ausência", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, constatamos que sempre harmoniosas suas cores possuem tons que não se entrelaçam mesmo quando a massa cromática vai em direção de um neo-expressionismo com acentuações quentes e acesas.

A Artista

Márcia Franco nasceu em São Paulo em 1966. Formou-se pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Realizou e monitorou cursos com Dalton de Luca, de 1990 a 1993, e cursos de História da Arte e "Como entender, analisar e avaliar uma obra de Arte", promovidos pela Galeria Mali Villas-Bôas (2002). Em 2003, sob orientação de Orlando Molica, participou dos cursos de "Modelo vivo" e "Pintura: da expressão à observação" na Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro.

Nos últimos anos, conquistou prêmios em Concursos e Salões de Arte, tendo sido convidada a participar de diversas exposições coletivas no Brasil e exterior. Pertence ao Sindicato dos Artistas Plásticos do Estado de São Paulo (SINAPESP) e ao Comitê Nacional Brasileiro da AIAP / UNESCO.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, destacando-se entre elas: "Homenagem aos Mestres", Galeria Mali Villas-Bôas, SP; ?Galeria de Arte Sette & Zucheratto, Belo Horizonte, MG; "Semana Carlos Drummond de Andrade", Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo; ?Espaço Cultural "Sofitel" e "Grand Mercure"; ?Centro Cultural da Marinha em São Paulo; ?"Grande Medalha de Prata", VI Salão "Arte in forma", SP; VII Salão Interclubes ACESC; 52º Salão Oficial de Juiz de Fora, MG; ?VI Salão Nacional de Arte Contemporânea, Campinas, SP; ?31º Salão Bunkyo de Arte Contemporânea, SP; "Mayã - Uma estória de paz", Espaço Cultural Teatro Dias Gomes, SP (1991); "A Dança dos Signos", Espaço Cultural Teatro Dias Gomes (1992); "Relevo", Esporte Clube Pinheiros, SP (2000); VII Salão Suzanense de Artes Plásticas (COSAP), Suzano, SP com "Medalha de Prata" e III Paleta de Ouro Van Gogh de Artes Plásticas Suzano ; "Trajetória do Século XX", Galeria Mali Villas-Bôas, SP (2001);"Pleiades Gallery", Soho, U.S.A; Galeria "Ney Century Artists, Inc", New York, U.S.A; Galeria "Artitude Art Contemporain", Paris, França; "Ward Nasse Gallery" on Summer Salon, NY, U.S.A (2.002); "Trilogias", Espaço Cultural do Banco Central do Brasil - SP .

Possui obras em diversos Acervos oficiais e particulares destacando-se: Esporte Clube Pinheiros, Acervo da Galeria Mali Villas-Bôas e Acervo Artístico da Assembléia Legislativa.

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