DA REDAÇÃO

Muito impressionada com as rebeliões na Febem, que acompanhou pelos jornais e pela TV, e com as notícias que dão conta da situação em que vivem os jovens infratores, especialmente nas unidades de Franco da Rocha e do Brás, Fernanda Orsomazzo, jovem parlamentar de 16 anos do Partido dos Direitos Humanos, propõe que a fundação seja totalmente remodelada. A começar pela separação dos jovens por idade e por tipo de infração cometida, de acordo com a gravidade. Para ela, não é possível manter confinados num mesmo espaço um menino de 12 anos que cometeu um furto menor com um jovem homicida de 17. Eles têm histórias diversas e têm que receber tratamentos diferenciados.

Fernanda conta que ficou muito feliz na quarta-feira, 13/11, quando soube, por um telefonema da mãe, que tinha sido selecionada: "Sou secretária de Educação do Grêmio de minha escola e preparei o projeto sobre a Febem. Era meu sonho ser selecionada!"

O projeto de Fernanda - que pretende estudar Direito e atuar na defesa dos direitos humanos - consiste das seguintes medidas: primeiro, dividir os jovens por grau de periculosidade; segundo, por idade; terceiro, programar atividades, além de aulas normais, como esportes, música, artesanato, assim como apoio religioso e psicológico; por último, reciclar os monitores. Fernanda acha que atividades culturais são essenciais para que o jovem possa se expressar e ser recuperado.

A jovem deputada tem todo o apoio dos pais. Ela não se conforma com o fato de, enquanto jovens como ela têm sua vida confortável, com o amor da família, escola, diversão, outros estão na situação dos internos da Febem. Acredita que, para melhorar a instituição, é preciso vontade política e mais solidariedade da sociedade. "Eles estão esquecidos", diz ela, "só são lembrados na hora da rebelião. A rebelião é um pedido de socorro!"