Comissão de Direitos Humanos investiga programa do Metrô contra obesidade


24/11/2004 16:26

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Da assessoria da Liderança do PT

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, presidida pelo deputado Renato Simões (PT) está investigando um caso de discriminação de trabalhadores por obesidade: funcionários do Metrô de São Paulo submetidos a um programa de controle de peso estariam ameaçados de demissão por não conseguirem atingir as metas determinadas pela empresa.

Os deputados darão continuidade à apuração nesta quinta-feira, 25/11, às 14h30, no auditório José Bonifácio. Já foram confirmadas as presenças do presidente do Metrô, Luiz Davi Frayze; do presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godoi, e do presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, José Erivalder Guimarães Oliveira.

Denúncias

A Comissão ouviu as denúncias dos trabalhadores no dia 27/10. Diretores do Sindicato dos Metroviários e agentes de segurança detalharam as medidas discriminatórias contra funcionários obesos.

O programa, implantado pelo Metrô em outubro de 2003, estipulou uma redução de 5% da massa corpórea para os agentes de segurança considerados obesos. Em carta dirigida ao Sindicato dos Metroviários, a empresa comunicou a determinação de transferência para outros departamentos dos funcionários que não chegassem ao peso ideal, e de desligamento desses metroviários na ausência de vagas disponíveis para absorvê-los.

Segundo os trabalhadores, desde a implantação do programa de redução de peso, os funcionários considerados com excesso de peso estão submetidos a vários constrangimentos, como a publicação de listas com os resultados individuais dos participantes e a troca de mensagens eletrônicas com as medidas (cintura, quadril etc) de cada um.

Para tentar chegar aos padrões determinados pelo Metrô, alguns têm recorrido a dietas rígidas e medicamentos. A preocupação excessiva com o peso e a queda na auto-estima dos trabalhadores estaria cansando outros problemas de saúde. Os metroviários reclamam também que o programa de redução de peso não tem supervisão médica.

alesp