Qual a área que mais o preocupou na elaboração da Constituição?



Naturalmente, como médico, tinha que me preocupar mais com a área da saúde. Há mais de 30 anos que venho trabalhando para mostrar para a população os danos que o cigarro causa à saúde das pessoas. Outra área que me debrucei foi a do meio ambiente. Digo que eu sou um ambientalista de muitos anos.

Estive na Comissão de Sistematização e naquela que tratava dos aspectos sociais. Porque o social envolve também a saúde do social e a do meio ambiente. A Comissão de Sistematização foi fundamental para poder redigir a Constituição.

O momento da Constituinte foi um momento muito importante para a sociedade brasileira. Certamente vivemos, naquele momento, uma euforia, porque depois de tantos anos, o Parlamento tinha restituída sua importância. Os olhos da sociedade estavam todos voltados para o Parlamento, inicialmente para a Constituição Federal e depois para as estaduais. Isso significou uma responsabilidade muito grande, que cada um de nós enfrentou da sua maneira, com os conhecimentos que tinha, baseados em sua experiência pessoal.



Qual foi a maior emoção?



O momento de maior emoção foi o da promulgação. Porque sempre há uma pequena batalha nos bastidores, para incluir isso ou aquilo, para fazer uma Constituição mais ou menos sintética, mais ou menos abrangente. E existem, sempre existem, mais de duas ou três correntes que defendem posições diferentes.

Tudo isso terminou desembocando no texto que, na promulgação da Constituição, trouxe muita emoção e alegria, para todos nós, que participamos daquele momento.