Em entrevista à TV Assembléia, o líder do governo no Legislativo paulista, deputado Duarte Nogueira (PSDB), rebateu as acusações de irregularidades no aditamento de verbas pedido pelo Executivo para a conclusão de obras do Rodoanel. As acusações foram feitas pela bancada do PT na Assembléia, que requereu a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o assunto. Segundo Nogueira, a iniciativa dos deputados petistas é parte da estratégia política da oposição, de olho nas eleições do ano que vem.

Para o PT o valor solicitado pelo Estado corresponde a 69% do total previsto para as obras. "Isso é totalmente irregular, uma vez que a lei prevê aditamento máximo de 25%", disse o líder do partido na Casa, deputado Carlinhos de Almeida, nesta segunda-feira. Para os petistas, o pedido de aditamento configura o superfaturamento de desapropriações.

"Ficaria surpreso se a oposição apoiasse a ação do governo numa obra dessa magnitude, que liga cinco das dez principais rodovias do Estado", declarou Nogueira. De acordo com ele, o aditamento se justifica pelo surgimento de fatores supervenientes: a existência de lixões clandestinos, o aparecimento de favelas, a distância entre as jazidas de matéria prima e as obras, e a descoberta de material rochoso diferente do previsto. O líder do governo também ressaltou que o pedido formulado pelo Executivo tem suporte jurídico em pareceres de juristas renomados, como Miguel Reale, Celso Bandeira de Mello e Antonio Carlos Cintra do Amaral.

De acordo com Duarte Nogueira, apesar do acréscimo, o custo da obra vai ficar em torno de R$ 575 milhões, inferiores ao valor estimado em abril pela empresa Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), que foi de R$ 600 milhões. Ele também declarou que o trecho entre as rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt deverá ficar pronto no próximo mês de outubro, juntamente com a interligação entre a avenida Rafael de Magalhães e as rodovias Bandeirantes e Anhangüera.

Nogueira declarou ainda considerar infundadas as acusações do PT, mas que os deputados da bancada governista não terão dificuldade em discutir o assunto em uma Comissão Parlamentar de Inquérito. "A CPI só confirmaria a lisura do aditamento", disse ele.