Debate aponta mercado de capitais como alavanca para o desenvolvimento

Especialistas também defenderam a queda dos juros como condição fundamental para que o Brasil volte a crescer
20/05/2003 17:15

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DA ASSESSORIA

O deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS), que preside o Centro de Estudos Raduan, coordenou nesta segunda-feira, 19/5, na Assembléia Legislativa de São Paulo, o debate "Mercado de Capitais - alavanca para o desenvolvimento", com a participação do presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, do ex-deputado federal Emerson Kapaz e de Eduardo Ferrari, que organizou o evento.

O debate contou com a presença de diversas lideranças jovens, como o diretor da Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje) e presidente do grupo Novo Ideal, Ronaldo Koloszuk; o novo coordenador do Fórum de Jovens Empresários (FJE) da Associação Comercial, Júlio Bueno; e o coordenador da Ação Jovem pelo Mercado de Capitais, Geraldo Isoldi.

Na ocasião, Raymundo Magliano falou de sua campanha de popularização da Bovespa. "Não nos interessa ter uma Bolsa elitista, queremos uma Bolsa popular", ressaltou. Ele afirmou que a Bolsa não pode ser confundida, numa visão equivocada, com uma casa de jogos: "A Bovespa, além de dar um exemplo de transparência com a contratação de um ombudsman, tem que ser encarada como uma entidade promotora do desenvolvimento nacional".

O presidente da Bovespa ressaltou que, enquanto Brasil no volume diário de negócios em Bolsa gira em torno de US$ 300 milhões, na Espanha o volume de negócios movimentados pelo mercado de capitais chega a US$ 3 bilhões por dia. "O governo espanhol adotou um modelo de privatização baseado em uma visão estratégica, que privilegiou o trabalhador com a pulverização das ações, enquanto no Brasil o capital apenas passou das mãos do Estado para grupos privados", finalizou.

Alavancador de crédito

Emerson Kapaz falou sobre a importância do mercado de capitais como alavancador de crédito para a indústria nacional. "O Brasil precisa crescer e as empresas têm praticamente apenas duas vias para conseguir financiamento: os bancos e o mercado de capitais", alertou. O ex-deputado também falou sobre a Lei das S/A, da qual foi o autor, e destacou a importância do projeto que dá a opção ao trabalhador de destinar 1% do seu FGTS para investimentos na Bolsa.

"É interessante para as empresas, que passariam a captar mais recursos, e para o trabalhador, que poderia ter uma rentabilidade maior", afirmou.

alesp