Principais projetos

ESPECIAL - 2001 EM REVISTA
31/01/2002 18:23

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Projetos aprovados trazem avanço à ordenação democrática do Estado

Em uma ano marcado pelo crescimento da interação entre Parlamento e sociedade paulistas, os deputados estaduais encerram suas atividades legislativas com mais de 321 projetos votados, em 188 sessões ordinárias e 88 extraordinárias. A conversão em leis de vários desses projetos representaram um avanço significativo no ordenamento democrático do Estado.

Já no dia 8/2, em sessão extraordinária, o plenário aprovou a Proposta de Emenda à Constituição Estadual 1/98, que dá poderes à Assembléia Legislativa para convocar presidentes de empresas privatizadas e concessionárias para prestar informações sobre assunto de sua área de competência, previamente determinados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se às penas da lei pelo não comparecimento sem adequada justificação,.

Em outra sessão extraordinária, realizada no dia 16/5, os deputados estaduais aprovaram o projeto de lei 648/96 (na forma do substitutivo) de autoria do deputado Roberto Gouveia (PT) que proíbe, a partir de janeiro de 2005, a importação, extração, beneficiamento, comercialização, fabricação e instalação de produtos ou materiais contendo qualquer tipo de amianto no Estado de São Paulo. O projeto atende reivindicação dos trabalhadores que tiveram problemas de saúde após exposição continuada ao mineral.

Projetos polêmicos

Um projeto polêmico foi à votação do dia 28/6: o PL 280/2001, do governador do Estado, que autorizou o Poder Executivo a vender 49% das ações do Banco Nossa Caixa. Foram 62 votos a favor e 24 contra. Além da alienação das ações, o projeto aprovado criou sete subsidiárias ligadas à Nossa Caixa, para atuar em áreas como cartões de crédito e seguros. Segundo o texto legal, o banco deve manter 49% do capital social dessas subsidiárias, alienando os 51% restantes.

No mesmo dia, em ato histórico, a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa promulgou as duas Propostas de Emendas à Constituição Estadual (PECs) que eliminaram definitivamente o voto secreto em todas as votações do Parlamento Paulista. As PECs promulgadas extinguiam o voto secreto nas deliberações sobre cassação de mandato de deputados, julgamento de deputado ou governador; eleição dos membros da Mesa Diretora e seus substitutos; aprovação prévia de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), deliberação sobre procurador-geral de Justiça, deliberação sobre prisão de deputados em flagrante de crime inafiançável e autorização para formação de culpa.



Agosto trouxe a aprovação do Projeto de Lei Complementar 18/98, do Executivo, que criava a Procuradoria de Defesa do Meio Ambiente na Procuradoria Geral do Estado. O órgão foi apontado como necessário no relatório final da CPI das Indenizações Ambientais, que investigou a chamada "indústria das indenizações ambientais". A Procuradoria pretende ser um instrumento para enfrentar os sérios problemas de ordem ambiental no Estado: a conservação ambiental e a questão fundiária. A votação teve o acordo das lideranças partidárias.

Mais uma sessão extraordinária foi convocada, em setembro, para votar o projeto de lei que obrigava as operadoras de telefonia celular a exigir nota fiscal original ou recibo de compra e venda, com todos os dados do comprador e do vendedor do aparelho. A intenção do projeto, posteriormente vetado pelo governadori, foi dificultar a habilitação imediata de aparelhos roubados ou furtados.

Ao derrubar o veto do governador Geraldo Alckmin ao Projeto de Lei 1.033/99, os parlamentares aprovaram, no dia 24/10, a criação do Programa Estadual de Recompensa pela captura de pessoas com mandado de prisão expedido. O projeto também prevê a captação de recursos no setor privado para serem oferecidos como prêmio.

Contra a discriminação

A Assembléia também decidiu estabelecer penalidades para a discriminação contra homossexuais, bissexuais e transgêneros, ao aprovar o Projeto de Lei 667/2000. Com a nova lei, atitudes de intimidação, proibição de ingresso em locais públicos e demissão, por exemplo, podem resultar em multas de 3 mil Unidades Fiscais do Estado de São Paulo ou até na cassação da licença de funcionamento do estabelecimento, se motivadas por discriminação devido à orientação sexual da pessoa.

Por unanimidade, a Assembléia aprovou, no dia 27/11, a Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) 19/2001, que permitia ao poder público, através de convênio, destinar recursos do Orçamento do Estado, atribuídos à Educação, para a manutenção e o desenvolvimento de atendimento educacional especializado gratuito a portadores de necessidades especiais. A PEC foi aprovada após um grande acordo celebrado no final da tarde, entre as bancadas do PSDB e do PT e o governador Geraldo Alckmin. Com a medida, as APAEs, que atendem aproximadamente 37 mil alunos, passaram a ser consideradas como rede de ensino e podem ser beneficiadas com recursos do Fundef.



Com 53 votos a favor e 14 contrários, os deputados estaduais aprovaram durante a prorrogação dos trabalhos da sessão ordinária, na noite do dia 14/12, o Projeto de Lei 14/2000, do governador do Estado, que criou a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). De acordo com a lei, o órgão deverá regular, promover e fiscalizar todas as modalidades de serviços públicos de transporte concedidos, permitidos e autorizados pelo Estado.

Na mesma sessão, também foi aprovado Projeto de Lei 757/2001, do Poder Executivo, que altera a lei que dispõe sobre o Imposto "causa mortis" e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD). O PL aprimorava a atual disciplina do imposto, instituindo isenções para entidades vinculadas à promoção dos direitos humanos, da cultura ou preservação do meio ambiente e, ainda, para as transmissões "causa mortis" de imóvel de pequeno valor, utilizado como residência do beneficiário da herança.

alesp