Representação ao MP sobre arquivos ocultos do DOPS


01/03/2010 15:50

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Surpresa com a localização de um arquivo secreto da ditadura, escondido no prédio da Polícia Civil da cidade de Santos, a deputada Maria Lúcia Prandi (PT) representará ao Ministério Público para que as responsabilidades sejam apuradas. A assessoria jurídica da parlamentar trabalha na elaboração da peça.

A deputada quer saber quem responde pelo fato de os documentos ficarem escondidos durante tantos anos, infestado por cupins, traças e poeira. Para discutir o assunto, também solicitou audiência ao procurador-geral de Justiça do Estado, José Luiz Abrantes. "Responsabilidades precisam ser apuradas. A ocultação desses documentos pode ser a ponta de um iceberg", afirmou. Conforme insistiu, é preciso saber por qual razão pela qual os documentos, pertencentes ao Departamento de Ordem Social e Política (Dops), não estarem no Arquivo Público do Estado.

"Os documentos revelam uma história escrita nas sombras. Os dossiês confidenciais podem colocar um fim ao vazio de explicações sobre muitos fatos, entre eles o paradeiro de dezenas de desaparecidos políticos", afirmou a deputada. Ainda em busca de respostas para a ocultação do acervo, a deputada Prandi enviou ofício à corregedora da Polícia Civil de São Paulo, Maria Inês Trefiglio Valente. "É preciso acionar todos que possam contribuir para que a verdade seja revelada", salientou. Prandi lembrou que o Dops, extinto em 1983, e sua documentação, deveriam ter sido entregues ao Arquivo do Estado, a partir de 1994.

"Dezesseis anos se passaram. Como pode um acervo, com pelo menos seis mil dossiês, ficar oculto?", indagou a parlamentar.



mlprandi@al.sp.gov.br

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