Da AssessoriaAproximadamente 200 agricultores dos municípios de Ribeirão Branco eGuapiara terão suas dívidas referentes ao Pronaf (Programa Nacional deFortalecimento da Agricultura Familiar) renegociadas com o Banco do Brasil.O compromisso foi assumido na tarde da última terça-feira, 4/9, durantereunião entre o vereador de Ribeirão Branco, Joaquim de Almeida Barros(PT), o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural deGuapiara, Otávio Paulo da Silva, o presidente da Federação dos Trabalhadoresda Agricultura Familiar do Estado, Nivaldo Siqueira, a assessoria dodeputado Hamilton Pereira (PT) e o superintendente regional doBanco do Brasil, Maurício Lambiasi.O Pronaf financiou, em 1998, cerca de 300 agricultores daquela região.Segundo Joaquim Barros e Otávio Silva, grande partedesses agricultores não conseguiu saldar a dívida, devido a problemas como aqueda brusca no preço do tomate, a cultura predominante da região, e aperda de safra. "Muitos agricultores já tiveram, inclusive, os benspenhorados", afirmou Joaquim. "Sem ter como reiniciar o cultivo, de ondeesses agricultores irão tirar recursos para saldar a dívida?", questiona o vereador.Segundo o superintendente do banco, os agricultores vêm enfrentando um ciclovicioso, e a maior dificuldade refere-se à escassez de investimentos porparte do Governo. "O banco é o mandatário do Governo e trabalha com recursosescassos", afirmou. "Hoje são direcionados para o Pronaf aproximadamente R$70 milhões do FAT (Fundo de Apoio ao Trabalhador), sendo que a demanda realé de R$ 300 milhões", completou Maurício.Otávio Silva solicitou ao superintendente um levantamento sobre osfinanciamentos feitos na região através do Pronaf. Segundo ele, o dinheirodo Programa estaria sendo utilizado para financiar grandes produtores, em prejuízo da agricultura familiar.O superintendente se comprometeu a apurar a denúncia e afirmou que 31 casosde Ribeirão Branco já têm a prorrogação da dívida praticamente confirmada,dependendo apenas de uma solução técnica referente ao sistema do banco.Quanto ao restante dos agricultores, Maurício se comprometeu a analisar caso a caso e renegociar as dívidas dentro de, no máximo, duas semanas.A região é considerada hoje a maior unidade de produção familiar e a segunda mais pobre do Estado de São Paulo.