Deputado quer condições mínimas de trabalho em bases policiais


06/11/2003 16:49

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Da assessoria do deputado Romeu Tuma

O deputado Romeu Tuma (PPS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, apresentou projeto de lei que institui condições mínimas de trabalho para policiais civis e militares. "A abertura e o funcionamento de bases comunitárias da Polícia Militar deverão ter, no mínimo, quatro policiais por turno de trabalho. As delegacias e distritos policiais deverão ter, por turno de plantão, pelo menos cinco policiais fixos, nas unidades que não abrigarem carceragem", diz.

O projeto prevê também maior segurança para os policiais que utilizam viaturas caracterizadas, civis ou militares. "As viaturas só poderão circular com, no mínimo, dois policiais em seu interior", defende Tuma. "A população precisa ser respeitada e não enganada. Criar e instalar bases comunitárias com um policial no seu interior é pior do que não tê-las. O Estado precisa levar segurança ao cidadão, sem deixar de impedir que seus policiais virem alvos vivos de marginais".



Onda de atentados

"Por mais que a Secretaria de Segurança Pública tente minimizar a série de atentados contra policiais, a verdade é São Paulo está sitiada por bandidos já há duas noites", diz Romeu Tuma. Ele disse que é estranho o secretário Saulo Abreu afirmar que havia recebido informações sobre as ações, mas mesmo assim dois policiais acabaram por perder a vida. "Se ele sabia da possibilidade dos atentados, por que nada foi feito?", questiona Tuma.

O deputado diz que, na noite de segunda-feira, São Paulo viveu um verdadeiro estado de sítio. "Ruas foram fechadas pela CET, delegacias foram cercadas com verdadeiras barricadas e a população assustada ficou desamparada". Segundo Tuma, enquanto a polícia foi deslocada para proteger a própria polícia, os moradores ficaram à mercê dos marginais. "Qualquer viatura em diligência pelas ruas se tornou alvo fácil dos bandidos."

Tuma atribui a ação dos criminosos à fragilidade do Estado no combate efetivo às facções criminosas e à total ausência de uma política de segurança pública em São Paulo. "No ano passado, autoridades do governo chegaram a anunciar o fim do PCC. Foi uma declaração infeliz e irresponsável. Está evidente que a facção está ativa e manda ordens de dentro dos presídios, até daqueles considerados de segurança máxima", diz.

rtuma@al.sp.gov.br

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