Rita França reúne espiritualidade e força da cromática em seus batiks

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
14/02/2008 16:15

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Valorizando suas raízes mato-grossenses e a preservação ambiental de nossas nações indígenas, a pintura que a artista Rita França cultiva é, ao mesmo tempo, uma evasão e um meio para continuar sua ação em defesa de uma filosofia de vida, já iniciada através de suas jornadas no desenvolvimento do Projeto Pantanal - Alerta Brasil.

Sua obra é, pois o resultado de visões e de fatos vividos. Símbolos e sinais deixados pelos habitantes do Pantanal representam para a artista a esperança de um novo amanhã a nos guiarem a encontrar uma justa dimensão de vida.

Luz e cor intensa predominam em seus "batiks" que podem parecer às vezes herméticos, embora acessíveis também ao observador mais profano, lhe permitem fundir em suas obras um lirismo e uma espiritualidade verdadeiramente dignas de apreço.

Mas é, sobretudo a espontaneidade que rende valida e autentica sua arte. A sinceridade dessa artista se nota através de sua rica produção, mais instintiva que raciocinada, quase nascesse diretamente de sua alma.

Com sua pesquisa, Rita França coloca o acento sobre o significado vital de sua emoção pictórica, entregue de fato a uma intensa visão interior que sabe filtrar os estímulos externos da realidade fenomênica com profundo e vigoroso imediatismo lírico até alcançar mais distintamente a um translado imaginativo de exultante cromatismo.

A análise da realidade é conduzida por essa artista tendo como ponto de referência o retorno subliminar e a radicalização da pesquisa. Esta tem como ponto de força a cor, usada com instintivo "metier", de maneira a criar infinitas possibilidades comutativas.

A cor é para essa artista um ponto de partida e de chegada. De partida porque da cor deriva a magia sutil de seus quadros, cujas imagens emergem, em geral, de dimensões acima da média. Uma medida que tem exatamente na análise cromática as suas bases concretas e a sustentação de uma invenção motivada.

No batik Kadiwéus, obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, encontramos a sensibilidade de Rita França em perfeita correspondência entre luz e volume, entre cor e espaço, onde a artista consegue, através o filtro de sua viva inteligência dar vida e alma a imagens e formas as mais diversificadas.



A Artista



Rita França, pseudônimo artístico de Rita Figueiredo de Arruda França, nasceu em São Paulo em 1960. Dedica-se às artes desde os 15 anos de idade, sobretudo no campo do batik.

Artista plástica, compositora, cantora, produtora cultural e idealizadora do Projeto Pantanal - Alerta Brasil que coordenou de 1987 a 1992. Em 1993 realizou sua primeira exposição no Espaço Oz intitulada "Sintonia, Luzes e texturas" que percorreu diversas cidades do Litoral norte (1993 1994).

Criou e patenteou na ocasião um processo de iluminação de suas obras intitulado "Obras acesas", onde usa a luz como elemento compositivo. No ano 2000 recebeu o Prêmio de Criatividade Moderna, no Grande Salão Michelangelo Pira, na Sardenha, Itália.

Participou de diversas exposições, destacado-se entre elas: "Pintar no Sete", Espaço Cultural Royal, Pinheiros (1996) e no Centro Cultural de Fort Lauderdale, na Florida, Estados Unidos (2000); "Jardim do Coração - da terra ao céu", Espaço Cultural Pergola, São Paulo, Florianópolis, Chapada dos Guimarães e na antiga Residência dos Governadores em Cuiabá, MT (2001); Casa da Fazenda do Morumbi (2002).

Suas obras encontram-se em coleções particulares e oficiais na Itália, Estados Unidos, Brasil e Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp