Presidente de ong israelita visita Assembléia


12/12/2002 18:30

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DA REDAÇÃO

A Associação Mutual Israelita da Argentina está inaugurando memorial em São Paulo, com a finalidade de lembrar as vítimas do atentado que essa organização não-governamental sofreu em sua sede argentina, em 1994.

O presidente da AMIA, Abraham Kaul, visitou a Assembléia Legislativa nesta quinta-feira, 12/12, para divulgar a inauguração e explicar os principais motivos que geraram a criação do memorial.

Kaul foi recebido pelo presidente da Casa, Walter Feldman, que esclareceu sobre a inauguração. "Há oito anos, a AMIA sofreu um atentado contra sua sede argentina. Crime que não foi elucidado até hoje. A Associação quer chamar atenção para essa questão."

Segundo Feldman, muito há para se investigar no que diz respeito a terrorismo na América Latina. "Denúncias dão conta de que grupos terroristas têm atuado nas fronteiras."

"Após o atentado que vitimou 85 pessoas, a Associação e outros grupos israelistas dobraram seus cuidados quanto à proteção de fachadas e acesso a templos e clubes", afirmou Kaul.

O memorial conta com parceria da Secretaria da Educação para que possa ser visitado por alunos de escolas não-judaicas. O objetivo é que eles tomem conhecimento da história de forma mais contundente.

Terrorismo

O primeiro atentado terrorista anti-sionista na Argentina aconteceu em 13/3/1992 contra a embaixada de Israel. Dois anos depois o alvo foi a sede da AMIA, em 18/7/1994.

De acordo com o presidente da Associação, a impunidade incentiva a ocorrência de novos atentados. "Com o passar dos anos perderam-se as provas sem que o atentado fosse esclarecido. Isso mostra o descaso das autoridades responsáveis pela investigação."

Kaul ressaltou a forma pacífica como as comunidades judaicas e árabes convivem no Brasil. "Não queremos que o conflito externo atinja este país. Porém, depois do atentado de 11/9, somos todos prisioneiros indiretos dos terroristas."

Para Feldman, os países fazem uma preparo militar contra o terrorismo, mas não realizam um trabalho de conscientização pública, principalmente no que se refere a conceitos de cidadania.

Trabalho social

A AMIA desenvolve um interessante trabalho social na Argentina. Kaul afirmou que a crise naquele país atingiu, além dos setores mais pobres, a classe média: "Não há emprego no país e existem 60 mil pessoas em estado de total pobreza". A Associação é responsável pela distribuição de roupas, alimentos e remédios. "Entretanto, não é o suficiente. Hoje, a maior preocupação dos argentinos é o trabalho." Nesse sentido, a AMIA fez um acordo com o BID para fornecer bolsas-trabalho, com a capacitação de 800 pessoas, escolhidas por meio de cursos profissionalizantes.

O projeto deverá contar com cooperação do Brasil e do Uruguai.

alesp