DA REDAÇÃOCom a participação do diretor geral da Agência Reguladora de Serviços Delegados de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), Sílvio Minciotti, a Comissão de Transportes e Comunicações da Assembléia reuniu-se nesta quarta-feira, 4/11, para discutir questões relacionadas à política de concessão de rodovias no Estado. A eventual contratação pela agência de 10 empresas fiscalizadoras esteve no centro dos debates, coordenados pelo presidente da comissão, deputado Rodrigo Garcia (PFL).Em resposta a perguntas dos deputados Arnaldo Jardim (PPS) e Cândido Vaccarezza (PT), o diretor da Artesp negou que as contratações promovidas se destinem a terceirizar a tarefa fiscalizadora da agência. Segundo ele, os consórcios de fiscalização contratados ao custo total de cerca de R$ 40 milhões prestarão serviços complementares e de apoio à fiscalização, como a coleta de dados e denúncias.De acordo com Minciotti, cabe às empresas fiscalizadoras, por exemplo, verificar o tempo que as concessionárias empregam para consertar um buraco ou monitorar o tamanho das filas nos pedágios. Uma vez constatada alguma irregularidade, a fiscalizadora avisa a Artesp, que notifica a concessionária para apresentação de defesa própria. Ligações irregularesVaccarezza também questionou possíveis ligações entre as concessionárias e os consórcios de fiscalização. Segundo o diretor da Artesp, a inexistências de ligações desse tipo era uma das exigências do processo de licitação e nada foi encontrado nesse sentido que impugnasse o processo.Outra questão apresentada por Arnaldo Jardim dizia respeito à aparente fragilidade do aparato jurídico da Artesp, o que dificultaria a aplicação de sanções às empresas infratoras. "Somos vítimas da liturgia jurídica imposta pela legislação", admitiu Minciotti, que ressaltou, porém, o esforço da agência em compor processos capazes de resistir aos muitos recursos legais.O deputado do PPS perguntou ainda se a atual estrutura da Artesp garante um contingente de técnicos suficiente para que a agência exerça sua função de modo satisfatório. De acordo com Minciotti, a idéia básica presente desde a criação da agência era trabalhar com uma estrutura enxuta, cujo corpo técnico não superasse 200 funcionários que se destacassem pela competência.Menos pedágiosO diretor da Artesp anunciou aos deputados membros da comissão que a agência trabalha no momento com dois projetos prioritários: a definição de um novo índice de reajuste dos valores dos pedágios e a avaliação de uma possível redução do número de praças de cobrança. "Na condução desses estudos, estamos levando em consideração dois quesitos básicos: o efeito dessas medidas sobre o erário e o risco de desequilíbrio no tráfico rodoviário", disse ele.De acordo coma as informações prestadas por Sílvio Minciotti, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) deverá entregar até o dia 12 de janeiro as conclusões do trabalho de avaliação que realizou sobre o desempenho do Ìndice Geral de Preços de Mercado (IGPM) na fixação de índices de reajustes no setor rodoviário e, se julgar conveniente, a proposta de um novo índice, que poderia ser adotado a partir de julho de 2003. Quanto à possível redução das praças de pedágios, Minciotti afirmou que a Artesp trabalha com a possibilidade de eliminar os postos cuja arrecadação seja inferior a R$ 400 mil mensais.Para compensar uma eventual perda na arrecadação das empresas concessionárias, a agência propõe a criação de um fundo composto pela receita oriunda de multas aplicadas na malha rodoviária e da exploração de propaganda nas faixas de domínio das estradas -- ou seja, nas áreas cercadas que margeiam as rodovias.