A Assembléia Legislativa realizou, em novembro passado, o Seminário Nacional de Ações Afirmativas, que reuniu importantes autoridades, intelectuais, empresários e lideranças estaduais e nacionais para debater a questão da igualdade racial. Entre os presentes estiveram os ministros Matilde Ribeiro e Orlando Silva Júnior, o presidente do Legislativo Paulista, Vaz de Lima, o secretário de Estado da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, o presidente do Tribunal de Justiça, Celso Luiz Limongi, o ex-secretário de Estado da Justiça, Hédio Silva Júnior, o ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Almir Pazzianotto Pinto, o presidente da Fiesp, Paulo Skaff, os deputados Vicente Cândido, José Cândido, José Bruno, Major Olímpio e Luciano Batista, o presidente da Fundação Palmares, Zulu Araújo e o reitor da Universidade Estadual de Montes Claros, Paulo César de Almeida. Organizado pela Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial da Assembléia Legislativa e pelo S.O.S. Racismo, o seminário colocou em pauta as políticas de inclusão racial e o combate ao racismo em diversos setores da vida estadual e nacional: na educação, no mercado de trabalho, na política, na segurança pública, na mídia, na cultura e no esporte. Segundo os organizadores do evento, o objetivo foi promover a interlocução entre as instituições públicas e as privadas no sentido de aprofundar as reflexões sobre estratégias de desenvolvimento de ações afirmativas para a superação da discriminação racial. A Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial, coordenada pelo deputado Vicente Cândido (PT), foi reaberta em ato que também lembrou o dia 21 de março, oficializado pela ONU como o Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial. À época, Cândido ressaltou que o trabalho que se iniciava naquele momento daria continuidade ao legado e ao esforço do ex-deputado Sebastião Arcanjo (PT), que foi coordenador da Frente Parlamentar de Promoção da Igualdade Racial na legislatura anterior. Desafios A ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, apresentou à platéia três desafios a serem enfrentados nesse momento histórico sobre a questão racial: a abertura de um debate sistemático sobre o problema entre as instituições governamentais e as instituições privadas; dar consistência às leis para transformar políticas de governo em políticas estaduais; e o principal desafio, segundo ela, que era fazer com que os governos tivessem sentidos e ouvidos para propostas vindas dos movimentos sociais. Matilde Ribeiro comentou que, embora as ações pela igualdade racial no país ainda não tivessem sido iniciadas no governo Lula, ele apresentava um diferencial importante: a criação de sua Pasta.