Retirada dos Estados Unidos e de Israel continua centralizando debates em Durban


05/09/2001 19:34

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DA REDAÇÃO

No penúltimo dia da Conferência Mundial contra o Racismo, em Durban, África do Sul, o grande debate continua sendo a posição dos Estados Unidos e de Israel de se retirarem do encontro devido à perspectiva de adoção no texto final da conferência de teses anti-sionistas e de exigências de reparação dos países que praticaram a escravidão. O balanço é do deputado Nivaldo Santana (PCdoB), representante da Assembléia Legislativa no encontro.

As atividades da Conferência e eventos paralelos estão acontecendo normalmente, a despeito da decisão dos Estados Unidos, disse Santana. A perspectiva é que o documento final da conferência, que integra posições defendidas por organizações não-governamentais participantes, seja aprovado nesta quinta-feira, último dia do encontro. "Há rumores de que os delegados da União Européia poderão se abster na votação sobre o documento ou mesmo não participar do final da conferência. O que demonstra o poder de influência dos Estados Unidos sobre os demais participantes", avalia Nivaldo Santana.

O governo brasileiro reservou espaço no Hotel Holiday In para promover encontros entre a delegação brasileira à Durban, composta por parlamentares do Senado, Câmara Federal, Assembléias estaduais e Câmaras municipais. Nivaldo relatou que integrantes da delegação brasileira estão debatendo a resolução da conferência e seu encaminhamento no Brasil. "Existe a compreensão de que o debate sobre o racismo no Brasil ganhará novas proporções após a conferência de Durban", disse Santana, acrescentando ainda que analistas internacionais, particularmente de países africanos, têm considerado a conferência vitoriosa ao colocar em questão temas e abordagens sobre o racismo da maior relevância e atualidade.

alesp