Com o objetivo de repensar o desenvolvimento industrial sustentável e encontrar políticas públicas e privadas que estabeleçam equilíbrio entre o desenvolvimento do Estado e da indústria e o aumento do nível de emprego e trabalho, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida de quem vive e trabalha em São Paulo, o Grupo Temático Indústria - coordenado pelo deputado Jorge Caruso (PMDB), tendo como relator o deputado José Rezende (PL) -, do Fórum São Paulo Século XXI, debateu na manhã desta segunda-feira, 19/6, os "Sistemas de Cooperativas - O que Há de Verdadeiro e Falso sobre Elas" e a "Qualificação e Requalificação Profissional - O Papel das Escolas Técnicas -Incubadoras Tecnológicas". Entre outros, participaram deste segundo painel o vice-superintendente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Remo Alberto Fevorini, e Marlene Nascimento, das Faculdades Ibirapuera.As discussões prosseguiram à tarde, abordando "Aspectos Tecnológicos - Processos e Ferramentas de Qualidade"; "Um Plano para a Ciência e Tecnologia: O Ponto de Vista da Indústria" e "Proposições para o Desenvolvimento Tecnológico", além de uma mesa-redonda para debater "Tecnologia - Qualificação - Financiamento".A professora doutora Neusa Serra, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que abordou a questão dos Aspectos Tecnológicos, ressaltou a importância de São Paulo para o país, lembrando que o Estado é responsável por 32% do Produto Interno Bruto (PIB), 50% do produto industrial e 52% dos números de empresas e indústrias exportadoras, principais universidades, institutos de pesquisa e escolas técnicas. O diretor do Departamento de Desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas - Fiesp, Dorival Biasia, disse que o Brasil precisa dobrar suas exportações para equilibrar sua balança comercial. Ele afirma estar muito preocupado com a importação e exportação do país. Segundo Biasia, nos últimos seis anos quase não exportamos, "embora temos importado muito", principalmente nos anos de 1997 e 1998. "O déficit atual está sendo combatido pela venda de estatais e investimentos estrangeiros. Mas o que acontecerá quando não tivermos mais estatais para vender?" questionou Biasia. O diretor do Departamento de Tecnologia da Fiesp/Ciesp, Márcio William Esper, concorda com Biasia quando à necessidade do aumento da exportação e diz que a competitividade depende do desenvolvimento da tecnologia. "É preciso inovar. Não adianta copiarmos ou melhorarmos o que já existe. Não é possível fazer as coisas sempre da mesma maneira e esperar que os resultados sejam diferentes". Representando José Anibal Peres de Pontes, secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Francisco de Assis Chiaratto afirmou que a secretaria estará disponibilizando as informações necessárias às empresas e investidores - uma das reivindicações do setor -, e que a Secretaria pretende dobrar o número de alunos nos cursos profissionalizantes, atualmente freqüentado por 80 mil alunos.O último palestrante do dia, João Carlos Andrade da Silva, chefe da Agência do Inmetro, falou que, comparado aos países do primeiro mundo, "estamos muito aquém" em matéria de tecnologia e credibilidade no mercado, mas temos acordos com diversos países, entre eles Argentina, Chile e Uruguai. "A educação para o consumo provoca a conscientização e promove a qualidade de produtos", finalizou. Amanhã, 20/6, a partir das 9 horas, o Grupo Temático Indústria discutirá os temas: Guerra Fiscal; Reforma Tributária; Aspectos do Investimento/Financiamento; Sistema adequado à pequena empresa; e Incentivos à exportação para micro e pequenas empresas.