Grupo Temático Indústria, do Fórum São Paulo Século XXI, debate desenvolvimento industrial


19/06/2000 18:39

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Com o objetivo de repensar o desenvolvimento industrial sustentável e encontrar políticas públicas e privadas que estabeleçam equilíbrio entre o desenvolvimento do Estado e da indústria e o aumento do nível de emprego e trabalho, com a conseqüente melhoria da qualidade de vida de quem vive e trabalha em São Paulo, o Grupo Temático Indústria - coordenado pelo deputado Jorge Caruso (PMDB), tendo como relator o deputado José Rezende (PL) -, do Fórum São Paulo Século XXI, debateu na manhã desta segunda-feira, 19/6, os "Sistemas de Cooperativas - O que Há de Verdadeiro e Falso sobre Elas" e a "Qualificação e Requalificação Profissional - O Papel das Escolas Técnicas -Incubadoras Tecnológicas". Entre outros, participaram deste segundo painel o vice-superintendente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, Remo Alberto Fevorini, e Marlene Nascimento, das Faculdades Ibirapuera.

As discussões prosseguiram à tarde, abordando "Aspectos Tecnológicos - Processos e Ferramentas de Qualidade"; "Um Plano para a Ciência e Tecnologia: O Ponto de Vista da Indústria" e "Proposições para o Desenvolvimento Tecnológico", além de uma mesa-redonda para debater "Tecnologia - Qualificação - Financiamento".

A professora doutora Neusa Serra, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que abordou a questão dos Aspectos Tecnológicos, ressaltou a importância de São Paulo para o país, lembrando que o Estado é responsável por 32% do Produto Interno Bruto (PIB), 50% do produto industrial e 52% dos números de empresas e indústrias exportadoras, principais universidades, institutos de pesquisa e escolas técnicas.

O diretor do Departamento de Desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas - Fiesp, Dorival Biasia, disse que o Brasil precisa dobrar suas exportações para equilibrar sua balança comercial. Ele afirma estar muito preocupado com a importação e exportação do país. Segundo Biasia, nos últimos seis anos quase não exportamos, "embora temos importado muito", principalmente nos anos de 1997 e 1998. "O déficit atual está sendo combatido pela venda de estatais e investimentos estrangeiros. Mas o que acontecerá quando não tivermos mais estatais para vender?" questionou Biasia.

O diretor do Departamento de Tecnologia da Fiesp/Ciesp, Márcio William Esper, concorda com Biasia quando à necessidade do aumento da exportação e diz que a competitividade depende do desenvolvimento da tecnologia. "É preciso inovar. Não adianta copiarmos ou melhorarmos o que já existe. Não é possível fazer as coisas sempre da mesma maneira e esperar que os resultados sejam diferentes".

Representando José Anibal Peres de Pontes, secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Francisco de Assis Chiaratto afirmou que a secretaria estará disponibilizando as informações necessárias às empresas e investidores - uma das reivindicações do setor -, e que a Secretaria pretende dobrar o número de alunos nos cursos profissionalizantes, atualmente freqüentado por 80 mil alunos.

O último palestrante do dia, João Carlos Andrade da Silva, chefe da Agência do Inmetro, falou que, comparado aos países do primeiro mundo, "estamos muito aquém" em matéria de tecnologia e credibilidade no mercado, mas temos acordos com diversos países, entre eles Argentina, Chile e Uruguai. "A educação para o consumo provoca a conscientização e promove a qualidade de produtos", finalizou.

Amanhã, 20/6, a partir das 9 horas, o Grupo Temático Indústria discutirá os temas: Guerra Fiscal; Reforma Tributária; Aspectos do Investimento/Financiamento; Sistema adequado à pequena empresa; e Incentivos à exportação para micro e pequenas empresas.

alesp