O deputado Fausto Figueira (PT) protocolou nesta quarta-feira, 7/2, projeto de lei que visa instituir o Dia Estadual da Saúde do Coração, proposto para 29 de junho. De acordo com o parlamentar, apesar de o Brasil ser conhecido por diversos programas especiais de enfrentamento de enfermidades, como a aids, não há projeto específico para as doenças do coração. "As doenças do coração constituem a principal causa de mortes. Elas respondem por cerca de 30% dos óbitos no Brasil", justifica o deputado.

Fausto frisa que as doenças cardiovasculares matam mais do que os diversos tipos de câncer e os acidentes automobilísticos somados. Anualmente, no Brasil, 360 mil pessoas têm morte súbita, o que significa 986 óbitos por dia, ou 1,4 morte a cada dois minutos. "Outro dado que comprova a relevância da criação de um programa específico é que em avenidas importantes, como a avenida Paulista, onde o fluxo diário chega a 800 mil pessoas, cerca de três paradas cardíacas ocorrem diariamente", acrescenta.

Diante desse quadro alarmante, observa o parlamentar, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) mobilizou-se nos últimos anos para estreitar seu relacionamento com os pacientes e difundir o conhecimento científico aos profissionais de saúde que atuam na cardiologia e para a população em geral. Criou estratégias como, por exemplo, o projeto denominado "Em São Paulo, Nós Cuidamos do Seu Coração", programa permanente de educação em ressuscitamento cardiovascular com vistas a ensinar pessoas comuns a prestar um primeiro socorro competente às vítimas de eventos cardíacos.

O presidente da Socesp, Bráulio Luna Filho, destaca que em todo o mundo as estatísticas comprovam que uma comunidade devidamente treinada aumenta em 50% as chances de sobrevivência das vítimas de acidentes cardíacos. O estudo North American Public Acess Desfibrillation atesta, por exemplo, que programas para leigos em aeroportos e cassinos e para policiais dos Estados Unidos têm taxas de sobrevivência de 49% a 74%.

Tais números reforçam a importância dos treinamentos para leigos da Socesp, que incluem o uso de manequins (bonecos) especiais para respiração boca a boca, massagem cardíaca e choque com desfibrilador externo automático (DEA).

"Isoladamente, porém, as ações da Socesp são insuficientes. É necessária a mobilização de toda a sociedade. E, para tanto, é essencial o apoio público para que o enfrentamento dos males cardíacos receba a prioridade que merece", diz Figueira.

Por essa razão, observa o parlamentar, a criação de um dia estadual de saúde do coração é visto como fundamental para a qualificação da assistência à saúde dos cidadãos, bem como para a redução e racionalização dos investimentos do sistema. Nesse dia será realizada uma série de ações de cunho educativo e preventivo por parte do Estado, em parceria com entidades médicas, especialmente a Socesp.

Fausto Figueira lembra que a escolha da data para o Dia Estadual da Saúde do Coração é também uma forma de homenagear a Socesp, uma vez que a entidade foi fundada em 29/6/1976. "A existência de uma data específica, incluída no Calendário Oficial do Estado, com certeza possibilitará que um assunto de tamanha importância possa ser mais amplamente discutido", diz o deputado.

fausto@faustofigueira.com.br