Mário Covas encerra seminário internacional sobre pecuária bovina


29/08/2000 19:35

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O governador Mário Covas encerrou o seminário "Cadeia Produtiva da Pecuária Bovina no Mercosul", realizado no Hall Monumental da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira, 29/8, enfatizando a importância do evento. Segundo o governador, São Paulo e Buenos Aires não só têm um futuro em comum, mas "uma história que, se não é comum, guarda grandes semelhanças".

Covas afirmou que São Paulo teve a honra e o privilégio de receber a comitiva argentina presente ao seminário. Ele destacou o fato de o poder mais democrático de São Paulo, a Assembléia Legislativa, abrigar um evento como o desta terça-feira. De acordo com Covas, São Paulo tem 500 mil japoneses, 80 mil espanhóis, 150 mil portugueses e mais libaneses do que o Líbano. Ele lembrou ainda a migração interna que trouxe um milhão e duzentos mil baianos para a região metropolitana de São Paulo. "Essa mescla produziu São Paulo. Sua riqueza veio da monocultura, mas sua força provém da miscigenação", O governador elogiou a atitude da Assembléia paulista de pensar São Paulo que, por força das circunstâncias, reflete o cenário do país e suas contradições, referindo-se aos trabalhos do Fórum São Paulo Século XXI. "Pensar tem o mesmo peso de fazer. A Assembléia paulista se jogou nessa nova empreitada e com os irmãos do Mercosul esse pensar vai produzir frutos muito mais significativos".

Segundo o governador, apesar da grandiosidade dos rebanhos argentinos e brasileiros, primeiro e quinto do mundo, não estamos em primeiro ou segundo lugar nas exportações, "mas poderemos buscar na união os caminhos ainda não trilhados para atingir o objetivo". Para ele, o encontro na Assembléia paulista decorre da vontade comum aos dois países. "Se é verdade que o presente é o futuro do passado, ele é o passado do futuro que virá", disse, completando que espera que o encontro prospere em todas as direções e leve não apenas nossas nações, mas o bloco de que fazem parte, a uma posição de liderança.

O deputado Carlos Raimundi, presidente da Comissão Parlamentar Conjunta, seção Argentina, ressaltou que o encontro de hoje levantou questões como a relação entre política e o antagonismo dos setores privados. Ele destacou a integração cultural na busca por espaços, mantendo-se as identidades culturais. Quanto aos negócios entre os dois países, disse que necessitam de um clima de previsibilidade e que têm avançado através de uma forte aliança entre a inteligência e a produção.

Para o embaixador do Brasil na Argentina, Sebastião do Rêgo Barros, este foi um dia em que se esqueceram os problemas pontuais e se uniram esforços para enfrentar o mundo cada vez mais competitivo, dando-se a devida importância e a devida proporção aos problemas entre os dois países. Rêgo Barros e Raimundi afirmaram a necessidade de segurança jurídica para atrair investimentos e também que Brasil e Argentina têm se mostrado dispostos a isso.

Ainda na cerimônia de encerramento do evento, o presidente do Fórum Parlamentar para Assuntos Latino-Americanos, deputado Milton Flávio, agradeceu a presença de todos e destacou aspectos dos três encontros entre representantes da Assembléia Legislativa de São Paulo e da Câmara de Deputados da Província de Buenos Aires, entre eles, a criação da cátedra Mercosul na Universidade de La Plata. "Esperamos que outras ações sejam produzidas e a fraternidade entre os dois países seja incrementada", finalizou.

alesp