Deputada solidariza-se com diretor sindical da Cosipa em greve de fome


15/10/2001 12:07

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Maria Lúcia Prandi lamentou postura antidemocrática da siderúrgica, e denunciou o caso nas comissões de Relações do Trabalho e de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e pediu intervenção do secretário Estadual do Trabalho, Walter Barelli

DA ASSESSORIA

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) está empenhada em reverter a demissão do cosipano Ailton Ledesma Marques, que mesmo sendo diretor sindical foi demitido pela Cosipa. A parlamentar apelou à presidência da siderúrgica para que abra negociações com o trabalhador, ao mesmo tempo em que denunciou o caso na Assembléia Legislativa e pediu a intervenção do secretário Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Walter Barelli.

Prandi está preocupada com o trabalhador, que iniciou uma greve de fome na quarta-feira, protestando contra as razões alegadas pela empresa para desligá-lo. A parlamentar remeteu o caso às comissões permanentes de Relações do Trabalho e de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e, no ofício ao secretário Barelli, tentou sensibilizá-lo para intervir no caso.

"Mais uma vez, a Cosipa adota uma postura antidemocrática. O trabalhador tem um excelente histórico profissional, o que nos leva a concluir que o desligamento foi motivado pela liderança sindical que exerce. As alegações da empresa são insustentáveis", enfatiza Maria Lúcia, ao acrescentar que nos últimos dois anos outros oito dirigentes sindicais foram demitidos pela empresa, sempre sob alegações mal sustentadas de problemas funcionais.

"Esta é uma prática que vem se tornando comum e que agride a liberdade de atuação dos dirigentes sindicais. Não podemos compactuar com esse retrocesso e flagrante desrespeito às regras do jogo democrático", critica a parlamentar.

Casado e pai de dois filhos, de 13 e 11 anos de idade, Ailton Ledesma surpreendeu até mesmo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos, da qual faz parte, ao decidir-se pela greve de fome. Mesmo diante da tentativa de fazê-lo desistir, ele se mostrava firme no propósito de continuar a greve de fome, em frente à siderúrgica, em Cubatão.

O trabalhador, que era operador de ponte rolante de aços planos, rebate a acusação de baixa produtividade. Em 12 anos de Cosipa, acumulou quatro diplomas de honra ao mérito concedidos pela empresa, além de ter feito sete cursos patrocinados pela companhia.

"Se não fosse um profissional competente, Ledesma não teria obtido as condecorações e nem participaria de cursos pagos pela empresa", enfatiza Maria Lúcia Prandi. Ledesma quer o seu emprego de volta ou a confissão da Cosipa de que o demitiu por ser sindicalista.

alesp