Os recentes escândalos nas arbitragens do futebol paulista e brasileiro levaram o deputado estadual Romeu Tuma (PMDB) a encaminhar um novo pedido de CPI ao presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Rodrigo Garcia (PFL). Tuma defende a necessidade de investigar urgentemente o "escândalo do apito", divulgado pela revista "Veja" neste final de semana.

Tuma já havia protocolado um pedido de CPI no Legislativo paulista em março de 2003, mas a solicitação não foi colocada em votação até hoje. "Estamos diante de mais um escândalo e não podemos nos omitir. O caso que envolve o árbitro Edílson Pereira de Carvalho, que está preso e teria confessado em depoimento a Polícia Federal que manipulou resultados de jogos dos campeonatos Paulista, Brasileiro e Libertadores da América, é grave demais."

Para o deputado, a CPI do Futebol deve investigar, além das denúncias atuais, a gestão dos principais clubes e da Federação Paulista de Futebol. "Nossa intenção inicial era mapear a administração dos clubes e entidades, contratos de jogadores no Brasil e no exterior, a atuação das torcidas organizadas e da segurança nos dias de jogos, além dos contratos de patrocínio com emissoras de televisão e de materiais esportivos. Ou seja, não é de hoje que lutamos pela moralização do futebol paulista e brasileiro", diz Tuma.

O pedido de Tuma incluía ainda a apuração de denúncias sobre o possível assédio sexual a integrantes das equipes de base. "Exatamente o que agora o goleiro Marcelo, do Corinthians, veio a público denunciar, quando passou pelo Vasco, conforme matéria estarrecedora publicada na revista Carta Capital".

Com o "escândalo do apito", que envolve, por enquanto, dois árbitros e um esquema de apostas em sites, ligados a casas de jogos e bingos, Tuma não tem dúvidas sobre a necessidade de instalação imediata da CPI. "Nosso parlamento vem deixando a desejar no que se refere às investigações de casos que envolvem questões de relevância para a opinião pública. Diante de mais este escândalo, a população não pode permitir que seus deputados permaneçam de braços cruzados", afirma. "É bom registrar que o esquema está agora identificado, tem origem no Estado de São Paulo, envolve empresários e funcionou no Campeonato Paulista", completa o parlamentar.



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