Grupo Temático Indústria encerra seminário


20/06/2000 18:14

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O Grupo Temático Indústria, coordenado pelo deputado Jorge Caruso (PMDB), encerrou na tarde desta terça-feira, 20/6, o seminário "Repensando práticas e superando desafios em direção ao desenvolvimento industrial de São Paulo no século XXI", iniciado segunda-feira, 19/6.

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Vanderlei Macris, abriu os trabalhos do período da tarde, lembrando que "o Fórum São Paulo Século XXI, do qual faz parte este grupo temático, é o espaço para a sociedade organizada pensar o Estado e chegar a soluções necessárias para o Estado". Também participou da abertura da discussão o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva. "O tecido industrial de São Paulo, assim como o brasileiro, está esgarçado após as últimas crises, principalmente pelos altos juros. Desde o aumento da atividade industrial até agora, não foram realizados novos investimentos, apenas a ocupação da capacidade ociosa. Uma nova queda dos juros seria muito bem-vinda agora", analisou Piva.

A professora Sílvia Selingardi Sampaio, do Departamento de Geografia, do campus Rio Claro da Unesp, discorreu sobre o desenvolvimento histórico industrial no Estado. "Apesar de sermos o maior contribuinte para o PIB nacional, temos apenas o 3º Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, perdendo para o Rio Grande do Sul e Brasília, mostrando que a distribuição da riqueza é muito desigual. O município brasileiro com menor IDH não está no Norte ou Nordeste, como poderíamos pensar, mas no Vale do Ribeira, em São Paulo", afirmou Sílvia. Segundo ela, os principais fatores de desenvolvimento das indústrias e do seu estabelecimento em determinadas regiões são: os meios de transporte (ferrovia, rodovia e, mais recentemente, hidrovia), os meios de comunicação e as redes de distribuição de energia elétrica, termoelétrica e gás natural.

Maria Carolina de Souza, professora da Unicamp, comentou sobre os clusters, seu desenvolvimento e importância para a indústria. "Clusters são, genericamente, aglomeraçãoes setoriais e regionais de empresas", explica Maria Carolina, dando como exemplo "cidades como Ibitinga, no setor de bordados; Jaú, Birigüi e Franca, no setor de calçados; e São Carlos, na indústria de alta tecnologia, são locais onde os clusters podem surgir, se houver uma dose certa de cooperação e competição entre empresas distintas." Cooperação, para se complementarem no fornecimento de matéria-prima e insumos, competição, para continuarem no mercado. "Podem surgir espontaneamente, pelo agrupamento geográfico, ou através de incentivos governamentais. Dentro desses critérios, São Carlos é o exemplo mais próximo de cluster que podemos observar na prática", afirmou.

alesp