Opinião - Novas expectativas para o esporte


03/05/2011 16:24

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Em 2008, fiz uma indicação ao governo do Estado pedindo providências para que fosse criado um projeto de lei que regulamentasse o programa de valorização de jovens que se destacam em alguma modalidade esportiva, no âmbito das escolas públicas e particulares paulistas. A resposta veio no ano passado, por meio de um projeto de lei que institui o Programa Bolsa Talento Esportivo, destinado aos praticantes do desporto escolar e de rendimento em modalidades olímpicas e paraolímpicas, individuais e coletivas. A proposta consiste na concessão de apoio financeiro aos atletas de vários níveis.

O projeto responde a um clamor de todos aqueles que valorizam o esporte nacional. O programa estadual teria o objetivo de criar algum incentivo concreto para o progresso desportivo, a exemplo da experiência bem sucedida de outros países. Além de proporcionar melhores condições de treinamento e alimentação, o esporte melhora a qualidade de vida. Atualmente, o programa conta com 354 atletas selecionados.

Nossos jovens precisam ser incentivados, não apenas por meio de recursos financeiros, mas também com bolsas de estudos. A Constituição Federal, no artigo 217, delibera sobre o dever de fomentar práticas desportivas formais e não-formais como direito de cada um. Mas, infelizmente, não é isso que tem acontecido na prática. Já disse inúmeras vezes que o esporte precisa ser valorizado em todo o país, e, com a chegada dos eventos esportivos internacionais, isso se faz ainda mais emergencial. Há tempos o esporte brasileiro é vítima de um desinteresse generalizado. Nunca tivemos uma política de Estado para o esporte, e nosso país ainda está engatinhando nesse assunto.

Fiquei muito feliz ao saber que o governo federal também tem investido em políticas voltadas ao esporte. Em março, a presidenta Dilma Rousseff aprovou a Medida Provisória 502, que prevê alterações na política esportiva do país. Com a mudança, os clubes formadores de atletas olímpicos e paraolímpicos ganham direito a 0,5% dos recursos recebidos pelo Ministério do Esporte. Segundo os clubes formadores de atletas, a não aprovação da Medida poderia comprometer a formação e, principalmente, a preparação dos atletas para os jogos olímpicos do Rio, em 2016. A verba deve somar algo em torno de R$ 35 milhões ao ano para os clubes.

Outro projeto aprovado foi o Plano Decenal de Esporte e Lazer, que consiste no seguinte: 10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais no esporte. A ideia é universalizar o acesso ao esporte e lazer, garantir o acesso à cidadania e ao desenvolvimento humano, democratizar a gestão e a participação social, elevar o nível cultural esportivo da população e ter o esporte como motor do desenvolvimento econômico e nacional.

Ainda em nível federal, existe o Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, que até o ano passado já havia beneficiado, por meio de 813 convênios, cerca de quatro milhões de crianças e adolescentes. Foram mais de R$ 850 milhões em investimentos. Além disso, mais de dez mil crianças e jovens vêm sendo atendidos pelo Programa Forças no Esporte, do Ministério da Defesa, em parceria com os ministérios do Esporte, da Educação e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O objetivo comum desse projetos é democratizar o acesso à prática e à cultura do esporte.

Incentivar esses jovens não é apenas fornecer recurso financeiro, mas sim recompensá-los com bolsas de estudos e encaminhá-los para organizações que atuam em sua modalidade. Isso é investir no futuro do país.



*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e presidente estadual do partido.

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