Condephaat tomba conjunto arquitetônico do Instituto Biológico


22/03/2002 15:46

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DA ASSESSORIA

O Instituto Biológico, uma das principais referências da arquitetura paulistana, tem mais um motivo para comemorar. O Instituto, que no último dia 24 de fevereiro recebeu um abraço da comunidade da região da Vila Mariana em comemoração aos 75 anos de sua existência, passará a integrar o grupo de bens preservados na cidade.

O tombamento, cujo processo iniciou-se em 1995, abrange uma área de 122 mil metros quadrados e envolve cinco edifícios - incluindo a sede - e conjunto de seis laboratórios de pesquisas. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) incluiu no processo as ruas internas e os 800 pés de café que serviram para as primeiras pesquisas do Instituto.

O deputado Jamil Murad (PCdoB), que é morador da região e grande defensor da preservação, havia enviado ofício ao Condephaat, em outubro de 1997, requerendo o tombamento do prédio e da respectiva área adjacente da sede do Instituto. Jamil destaca a importância do órgão como um centro científico da mais alta significância para o desenvolvimento econômico de São Paulo e do Brasil, colaborando em pesquisas e melhoramentos de plantas, além de combater enfermidades que acometem animais e vegetais.

Fundado em 1927 pelo governador Júlio Prestes, o Instituto demonstrou cabalmente sua eficácia ao debelar, em menos de três anos, a praga cafeeira conhecida como broca do café, que vinha causando enormes prejuízos à cafeicultura paulista.

A partir de sua fundação, informa o deputado, empenhou-se na defesa sanitária da lavoura e da pecuária, tendo mais recentemente ampliado suas pesquisas para o desenvolvimento em proteção ambiental e em biotecnologia. Ao longo dos seus 75 anos de existência, o Instituto Biológico tornou-se uma referência para a comunidade, um símbolo de conhecimento e de confiabilidade em pesquisa e prestação de serviços.

O edifício principal, projetado pelo arquiteto Mário Whately, se destaca pelo estilo art déco, herdado dos movimentos europeus da década de 30. A mesma concepção foi usada em outros projetos arquitetônicos importantes, como a Biblioteca Mário de Andrade e o Viaduto do Chá.

"O edifício do Instituto é um dos mais belos da arquitetura déco e se tornou uma referência urbana de toda a cidade. O tombamento permite registrar toda a história cientifica de São Paulo e retratar a arquitetura da época ", explica o deputado Jamil.

alesp