Representante da Sabesp explica qualidade da água em São Paulo

(com foto) De acordo com a empresa, os responsáveis pelo gosto e odor ruins da água são a luz e calor
14/03/2002 18:40

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DA REDAÇÃO

Por solicitação do deputado Nivaldo Santana (PCdoB), a Comissão de Serviços e Obras Públicas da Assembléia Legislativa, presidida por Antônio Mentor (PT), ouviu na tarde desta quinta-feira, 14/3, as explicações do vice-presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, Sabesp, Antonio Marsiglia Netto, para o gosto e o odor ruins da água distribuída pela Companhia.

De acordo com Marsiglia Netto, um dos motivos desse "desconforto" na água é a proliferação de algas. "Esse problema se agrava nos meses de calor, na primavera e no verão, porque as algas fazem uso da luz e da temperatura externa para se multiplicarem com maior rapidez." Mas a luz e o calor não são os únicos vilões pelo gosto e odor ruins da água distribuída em São Paulo. A redução dos níveis das represas nos meses de calor, que elevam a concentração de nutrientes benéficos para a proliferação das algas, principalmente o nitrogênio e o fósforo, e as fortes chuvas que arrastam para as represas mais nutrientes e sujeiras para o corpo das represas, também são responsáveis por esse problema. "Apesar do gosto e odor desconfortáveis, a água não oferece nenhum risco para o consumo humano", disse Marsiglia. "Eu mesmo sou consumidor da água distribuída pela Sabesp".

Medidas Emergenciais.

Para minimizar esse desconforto causado pelas algas, a Sabesp faz uso de carvão ativado em pó, que absorve esses nutrientes. Alem disso, nas represas de Rio Grande da Serra e do Guarapiranga foram adotadas medidas emergenciais, como a instalação de barreiras e cortinas de micro bolhas - as algas não gostam de água em movimento; a redução da produção do Rio Grande com cobertura do Alto Tietê; a intensificação do monitoramento hidrobiológico e a realização de análises diárias; a revisão e otimização das rotinas entre a Sabesp, a Vigilância Sanitária e a Sociedade Brasileira de Nefrologia (hemodiálise); e a aplicação de algicida, este último na represa do Guarapiranga. "Também estão previstas reformas, ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Rio Grande e na Estação do Guarapiranga serão realizadas a reabilitação e a ampliação dos sistemas de coleta de esgotos; a complementação do monitoramento da qualidade de água dos tributários e da represa; e a implementação de processo de tratamento de água avançado, além de melhorias urbanas, o estudo de nova legislação e proteção ambiental."

Segundo Marsiglia, a Sabesp possui um sistema de bóias com sensores para avaliar a qualidade da água bruta que é único no mundo. "Como esse sistema de bóias opera em tempo real, se houver algum problema a companhia tem condições de detectá-lo antes que ele prejudique o consumidor."

Ao encerrar, o vice-presidente da Sabesp ressaltou que as pessoas que compram água mineral devem verificar a procedência do produto. "Temos registro de alguns casos de mal-estar após o consumo de água, que provavelmente possuía alto índice de coliformes fecais."

alesp