Pastoral Parlamentar Católica busca consolidação


17/06/2003 18:33

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DA REDAÇÃO

Por iniciativa dos deputados Padre Afonso (PV), Renato Simões (PT), Beth Sahão (PT) e José Carlos Stangarlini (PSDB), foi realizada em 17/6, na Assembléia Legislativa, a segunda reunião da Pastoral Parlamentar Católica Permanente, tendo como convidado o bispo coordenador da Regional Sul da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom José Nelson Westrupp.

A intenção da pastoral é a consolidação de um grupo suprapartidário católico que adote os princípios éticos e morais da Igreja em defesa da sociedade. Segundo salientou o deputado Padre Afonso, a intenção "não é travar uma 'guerra santa' com a bancada evangélica, mas sim assumir uma postura mais organizada para fazer com que os católicos se sintam representados no Parlamento Paulista".

Westrupp afirmou que o papel da Igreja na política é o de defender princípios " de que os católicos não podem abrir mão", mesmo que tenham de contrariar uma determinação partidária. Tomando exemplos como o aborto, a eutanásia e a pena de morte, o bispo disse que "as convicções pessoais, no campo da moral, da ética e da fé, devem prevalecer ante a voz dos partidos". Conforme Westrupp, a Igreja considera o Estado laico como um patrimônio da civilização, mas busca uma posição de participação na política sem levar seus representantes ao extremo de uma situação "confessional", quando haveria total vinculação às determinações da Igreja.

Dom José Nelson Westrupp relatou, ainda, sua experiência como bispo de São José dos Campos, cuja diocese conta com uma comissão sócio-política que acompanha os trabalhos dos vereadores católicos e encaminha anualmente uma avaliação dos mesmos à Câmara Municipal, de forma que, ao mesmo tempo, dá apoio aos parlamentares e cobra deles o engajamento com a base católica que os elegeu. Na Assembléia Legislativa, o bispo acredita que, além do grupo dos parlamentares católicos, deve haver ainda um grupo maior, ecumênico, que defenda os princípios éticos universais.

Enio Tatto (PT) ressaltou a importância do trabalho social realizado pela Igreja, que muitas vezes substitui o papel do Estado. Ele acredita que uma das funções da Pastoral Parlamentar será a de dar à Igreja uma contrapartida por parte do poder público, que deverá contribuir com o que for necessário para a realização de ações sociais conjuntas.

José Caldini Crespo (PFL) chamou atenção para a necessidade da abertura de um canal para que os deputados ouçam as recomendações da Igreja, cujas posturas podem ser esclarecedoras, e afirmou que não há conflito entre a Pastoral Parlamentar Católica Permanente e o caráter ecumênico do movimento dos Focolares, do qual participa.

Entre as metas acordadas na reunião está a apresentação, por parte dos deputados, de uma lista tríplice de bispos, dentre os quais será escolhido o que acompanhará os trabalhos da pastoral. Também foi proposta a celebração periódica de missas no Palácio 9 de Julho, unindo deputados, assessores e funcionários em um clima de respeito e valorização humana. A próxima reunião do grupo acontecerá dia 28 de agosto, às 10h.

Fazem parte da base católica os parlamentares Padre Afonso (PV), Ana do Carmo (PT), Arnaldo Jardim (PPS), Ary Fossen (PSDB), Beth Sahão (PT), Carlinhos Almeida (PT), Emidio Pereira de Souza (PT), Enio Tatto (PT), Fausto Figueira (PT), Giba Marson (PV), Ítalo Cardoso (PT), João Caramez (PSDB), José Caldini Crespo (PFL), José Carlos Stangarlini (PSDB), José Zico Prado (PT), Maria Lúcia Amary (PSDB), Renato Simões (PT), Ricardo Castilho (PV), Ubiratan Guimarães (PTB), Valdomiro Lopes (PSB), Vinícius Camarinha (PSB), Zuza Abdul Massih (PRP).

alesp