Hoje, no Dia Internacional da Mulher, aproveito a data importante para fazer algumas considerações. A primeira delas é para que a mulher participe ativa e integralmente do processo de conhecer a si mesma e de reconhecer sua força perante à sociedade.

Sabe-se que nos dias de hoje a mulher já não é mais só dona de casa, mas também trabalha fora para complementar a renda do marido. Muitas delas são verdadeiras guerreiras, pois, além de sustentarem a casa, são responsáveis pela educação dos filhos. Isso faz com que muitas vezes a mulher deixe de participar como deveria das atividades sociais que possam auxiliá-la a buscar a cidadania plena. É este espaço que a mulher precisa lutar para conseguir, atuando com destaque em todos os setores, da economia à política. Quando isso acontece, o resultado é, na maioria das vezes, excelente. Como exemplo recente posso citar a direção da Santa Casa de Dois Córregos, formada por várias mulheres de fibra. Em um ano, elas sanearam as contas do hospital e ainda sobrou dinheiro em caixa para investimentos. Com transparência administrativa, elas conquistaram o respeito da comunidade local.

É com essa determinação que a mulher deve participar da construção e da manutenção de uma sociedade democrática. Por isso, a mulher deve sempre buscar estar bem informada sobre seus direitos, tantas vezes ignorados, violados e mesmo abusados. A mulher deve ser orientada em seu dia-a-dia, no âmbito da família, da profissão e da sociedade como um todo.

Defendo que cabe à própria mulher a responsabilidade pela sua saúde e, assim, dar o passo essencial para assumir integralmente seu papel na sociedade. Sua saúde, assim como seus direitos e sua participação na vida social, é intocável e não pode ser descurada.

A história mostra que a sociedade vê a mulher como cidadã de segunda classe, que tem uma série de deveres e obrigações, mas poucos direitos e quase nenhum apoio para realizar as tarefas que lhe são atribuídas.

É evidente que o bem-estar da mulher só será atingido se ela gozar de um bom nível de saúde. O primeiro passo para conquistar essa saúde é que a mulher esteja informada, primeiro sobre seu próprio corpo e, em seguida, de como defendê-lo das doenças. Tem que ainda saber quais são seus direitos como cidadã, e onde pode e deve reclamá-los.

No caso da saúde, todas as mulheres devem ter acesso a cuidados médicos básicos, dirigidos à prevenção, detecção precoce, tratamento e reabilitação de doenças e problemas de saúde a que estão expostas. É com este objetivo que lutei e conquistei para Bauru e região o Instituto de Câncer de Mamas, que brevemente será inaugurado num prédio ao lado da Maternidade Santa Isabel. Esta obra, quando colocada em funcionamento, dará às mulheres a oportunidade de se submeterem ao diagnóstico precoce e tratamento de uma das doenças que, infelizmente, ainda faz milhares de vítimas em todo o mundo. Cerca de 90% dos casos de câncer mamário podem ser curados, desde que diagnosticados em estágios iniciais. Daí a importância do Instituto de Mamas.

São iniciativas como esta que garantem dignidade e qualidade de vida à mulher. Com isso, tenho plena convicção de que estou contribuindo na busca da verdadeira cidadania feminina. Espero, agora, que a mulher também lute pelos seus direitos e informe-se sobre suas responsabilidades. Pois será um passo importante para a construção de uma sociedade mais justa e mais humana.

*Pedro Tobias é deputado estadual, médico ginecologista e especialista em câncer de mama.