A obra geométrico-espacial de Caio Santos: uma contribuição dialética e criativa

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
11/04/2007 15:30

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A obra pictórica de Caio Santos não representa um mero fato episódico ou uma ocasião de evasão, mas nasce de uma exigência e de uma elaboração interior que se projeta sobre a tela. Esta, uma vez submissa ao controle operativo, vem acompanhada de uma harmonia contemplativa em elevada fase estética.

O discurso que nos propõe o artista merece, sem dúvida, uma atenta observação. Suas obras geométricas aderem a um inato sentimento de pesquisa, no qual se evidencia a espacialidade e o elemento fantástico, temáticas que espelham a mecanização de nosso tempo.

Seus elementos geométricos dentro da composição nos transmitem uma dimensão de pureza e de verdade, como matéria no infinito. Suas formas espaciais nos oferecem uma visão das composições livremente inventadas após uma cuidadosa pesquisa. Elas alcançam uma afirmação própria e exclusiva na problemática da existência contemporânea.

Na obra Construção em Quatro Cores, doada ao Museu de Arte do Parlamento, a forma adquire um papel importante no contexto da figuração, sua originalidade e sua carga inovadora trazem uma contribuição dialética e criativa. O conteúdo segue coerentemente sua veste formal, porque o ideal e a inspiração do conceito geral se concretizam numa linguagem objetiva e figurada que o observador consegue perceber sem que a obra se isole numa torre de marfim.

O artista

Pintor e escultor, Caio Santos nasceu em 1960, em São Paulo. Iniciou suas atividades artísticas em 1974, como autodidata. De 1978 a 1986, estudou com o professor Ernesto Aroztegui técnicas e diferentes linguagens das artes plásticas. Sua primeira exposição individual foi em 1980, na Sociedade Itabunense de Cultura, em Itabuna (BA).

A partir de 1993, passou a dedicar-se ao ensino da arte, criando cursos de desenho e pintura básica estrutural, bem como de arte contemporânea. Em 1994, criou a Academia das Artes, no Tremembé, na cidade de São Paulo, destinada à formação de novos artistas.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, destacando-se entre elas: Associação Comercial de Ilhéus (1980); Clube do Congresso de Brasília; Senac e Hotel Nacional de Brasília (1981); Galeria de Arte Norma Tibério; Sesc do Carmo e Centro Cultural São Paulo (1983); Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (1990); Mostra Nacional de Artes Plásticas de Erechim (2001); e ¨A Arte Antropofágica de Caio Santos¨, Espaço Cultural Folha de S. Paulo, Ribeirão Preto (2003).

O artista marcou presença no 16º e no 19º Salões de Artes Plásticas do Embu (1979 e 1982) e no Salão Bunkyo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa (1996 e 1998).

Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares e oficiais, bem como no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp