Homenagem leva nome de metalúrgico assassinado durante greve em 1979



Nesta quinta-feira, 11/11, a Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado José Candido (PT), vai se reunir com a finalidade de escolher a personalidade ou entidade a ser agraciada com o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos 2010. O prêmio, criado em 1996, pela Resolução 779/1996, leva o nome do operário metalúrgico Santo Dias da Silva, assassinado por um policial militar durante greve de metalúrgicos, na zona sul da capital paulista, em outubro de 1979.

Na edição deste ano, há sete indicados concorrendo ao prêmio, que será entregue em sessão solene comemorativa ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, no dia 10 de dezembro:

Antonio Carlos Malheiros, cuja carreira profissional se desenvolveu voltada à promoção dos direitos humanos e da cidadania, buscando essencialmente a formação e a prática de uma cultura de respeito à dignidade humana.

Associação dos Militares Portadores de Deficiência, indicada por seu trabalho em busca de dignidade aos policiais militares vitimas de violência e que, por conta da legislação vigente, são obrigados a se aposentar por invalidez.

Associação da Parada Gay de São Paulo, inicialmente criada para dar visibilidade a um segmento marginalizado, hoje, além de promover um grande momento de celebração, atua na formação de jovens e adolescentes, capacitando novas lideranças para o movimento e coordenando diversos projetos específicos de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis e contenção da violência homofóbica.

Alberto Ferreira, fez parte do Movimento de Entidades Afro-Brasileiras do PMDB, foi vice-presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileirao (CNAB), e atualmente é coordenador do Grupo Afrodescendente Onda Verde e membro da Frente Parlamentar de Combate ao Racismo da Assembleia Legislativa de São Paulo. Propôs a criação do Museu Municipal Afro-brasileiro, que hoje existe no Parque do Ibirapuera.

Pedro Fukuyei Yamaguchi Teixeira, filho do deputado federal Paulo Teixeira, é indicado por ter lutado pela melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, tendo iniciado seu trabalho na favela do Moinho e na Pastoral Carcerária em São Paulo. Formado em Direito, tornou-se missionário leigo no extremo noroeste da Amazônia, para utilizar seus conhecimentos jurídicos em favor dos povos indígenas da região. Morreu em junho de 2010, arrastado pela correnteza do Rio Negro, aos 27 anos.

Jairo Salvador de Souza é defensor público na cidade São José dos Campos, atuando em favor das pessoas menos favorecidas, principalmente em relação ao direito de moradia.

Claudia Paixão, Alice da Conceição Crescêncio, Emanuel Giuseppe Gallo, Adão Pereira Barbosa e Silas de Oliveira foram indicados pela Comissão de Direitos Humanos do Alto Tietê. De acordo com a comissão, esses conselheiros tutelares tiveram seus mandatos cassados em 2007 pela então promotora da Vara da Infância e Juventude por terem denunciado adoções ilegais no município de Itaquaquecetuba. Também sofreram ameaças e tiveram de ser protegidos pela Polícia Militar. Na época, deputados da Assembleia Legislativa cogitaram instaurar uma CPI para investigar o caso.