Deputado teme prejuízos com paralisação da ampliação da calha do Tietê


05/06/2003 18:21

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Da assessoria do deputado Rodolfo Costa e Silva



O deputado Rodolfo Costa e Silva (PSDB), membro da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Assembléia, teme que ocorram "prejuízos incalculáveis" caso seja mantida a paralisação das obras de ampliação da calha do Rio Tietê, iniciada em 1999. "Essa é uma obra de grande importância para a Região Metropolitana, para resolver o problema das enchentes em São Paulo, portanto não pode ficar paralisada", afirmou.

Outra conseqüência negativa da paralisação pode ser a desistência de se construir um parque ecológico na região da Lagoa de Carapicuíba. "Lamento a paralisação das obras no Tietê, principalmente porque ela está baseada numa falsa premissa, que foi a mortandade de peixes ocorrida na Lagoa de Carapicuíba", disse Costa e Silva. "Ora, pelos laudos da Cetesb e pela exposição dos peritos do Ministério Público Federal, ficou claro que a morte de peixes foi motivada pela falta de oxigênio na água e não pela toxicidade do material lançado na lagoa. Aliás, a lagoa tem um processo de degradação antigo, incluindo a existência de aterro sanitário, lançamentos clandestinos e de esgotos".

"Mais do que isso - prosseguiu o deputado - está se penalizando a população de Carapicuíba e a população da cidade de São Paulo, quando na verdade o projeto foi autorizado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) e as obras são paralisadas sem um estudo técnico fundamentado e sem levar em conta as conseqüências que essa decisão tem para o conjunto da sociedade".

O deputado Rodolfo Costa e Silva participou da reunião da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, realizada nesta terça-feira, 3/6, com a presença de diretores e representantes do Departamento de Água, Esgoto e Energia (Daee), Cetesb, Prefeitura de Carapicuíba e peritos do Ministério Público Federal. Ele deixou clara sua posição: "O problema de excesso de ferro, alumínio e manganês, encontrado na Lagoa de Carapicuíba, foi penalizado com multa pela Cetesb, mas não representa motivo suficiente para paralisar uma obra tão importante".

Rodolfo também ocupou a tribuna da Assembléia para falar sobre o assunto, na terça-feira, e fez uma comparação: "Um navio fretado pela Petrobrás acaba de derramar quinze mil litros de óleo no litoral norte de São Paulo. Paralisar as obras que vão acabar com o problema das enchentes em São Paulo porque ocorreu a mortandade de peixes em Carapicuíba é o mesmo que paralisar as atividades da Petrobrás por causa desse derramamento de petróleo. Ou seja, é uma irresponsabilidade".

rcsilva@al.sp.gov.br

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