Caos e transtornos enfrentados nas estações da CPTM


16/11/2009 17:51

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O jornal Diário de S. Paulo, em reportagem recente, mostrou a situação caótica enfrentada pelos passageiros da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), espremidos nos vagões como se estivessem em latas de sardinha. Diante da gravidade do problema, manifestei-me na Assembleia Legislativa pedindo ao governo do Estado a adoção urgente de medidas destinadas a dar uma solução imediata para a situação. O que a reportagem mostrou é a forma desumana como a população está sendo tratada " pessoas desmaiando nas plataformas e mal conseguindo respirar dentro dos vagões lotados.

Considero um absurdo que nos horários de pico da linha 9 (Grajaú-Osasco) se aglomerem dez pessoas por metro quadrado, espremidas, quando os padrões internacionais consideram que o ideal seriam apenas quatro passageiros.

Estamos alertando o governador José Serra e o secretário dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, quanto à gravidade da situação, gravidade essa já exposta em reunião de vários deputados estaduais paulistas com o senhor Sérgio Aveleda, da CPTM. Conhecemos bem a questão, sabemos das projeções de investimentos da CPTM, mas a população não pode continuar sendo tratada dessa maneira. É de estarrecer a afirmação dos usuários do sistema, como a do soldador Adriano Mecenas, citado na reportagem, que num desabafo disse que "as viagens de ida e volta para o trabalho cansam mais do que trabalhar".

Um trecho da referida reportagem menciona que, quando o trem se aproxima, a pressa dos usuários em chegar em casa faz aumentar o empurra-empurra por quem chega por último. Logo que as portas se abrem, as pessoas se espremem para tentar entrar no vagão, todas ao mesmo tempo, e sem dar oportunidade para quem estiver dentro sair. Mulheres idosas levam a pior. Além de terem de esperar vários trens para conseguir entrar em um, e muitas delas se machucam.

Recentemente, defendi os empresários estabelecidos nas estações da CPTM, que estão sendo obrigados a encerrar seus negócios deixando desempregados um número enorme de pessoas. Não concordo com a forma agressiva e intransigente com que as autoridades insistem em vetar ramos de atividades existentes nas estações, como por exemplo a alimentação, com exigências díspares, irregulares e revanchistas. Agora, também, os quiosques de recarga do Bilhete Único de transporte e caixas eletrônicos estão sendo gravemente atingidos.

Isso deixa os usuários sem opção, forçando-os a irem à rua para buscar os serviços, inclusive correndo riscos de assalto. Para onde irão esses empresários que tanto investiram? E os demais empregados que somam mais de 20 mil? O que farão esses chefes de família? A quem irão recorrer, se o próprio governo não lhes dá respaldo?

Respeito e garantia de dignidade para a população que vive essa situação aflitiva e angustiante é o que reclamo.





*Antonio Salim Curiati é médico, deputado estadual e líder do PP na Assembleia Legislativa.

alesp