Walter Feldman concede primeira entrevista como presidente da Assembléia Legislativa


15/03/2001 18:41

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Após ser eleito presidente da Assembléia Legislativa, Walter Feldman concedeu sua primeira entrevista coletiva.

Ele afirmou que "a divergência de opiniões é o que move esta Casa". Segundo o presidente, "aqui não é lugar de consenso, mas de debate, que é necessário. Mas tudo dentro da democracia, sem levar pelo lado pessoal", referindo-se à desavença entre ele e a família Piunti. "Tudo isso faz parte da vida pública. A imprensa dispensou ao caso um tratamento respeitoso, mas, ao mesmo tempo, desacreditando-o. E a votação recebida por mim aqui hoje é uma prova de que meus pares confiam na minha palavra e honestidade", declarou.

Em relação à importância do Legislativo, Feldman afirmou que "o Legislativo é o mais democrático dos poderes, e que, ao lado do Executivo, gerencia o Estado. A questão de ser, constitucionalmente, o segundo na linha sucessória no governo estadual é tranqüila, mas não acredito que Geraldo Alckmin vá licenciar-se do cargo. Agora o desafio é a Presidência da Assembléia, e fico muito satisfeito com o exercício deste cargo por dois anos. E é uma grande responsabilidade". O presidente considera que a votação recebida para o conduzir ao cargo lhe concede a legitimidade política necessária para o exercício do cargo. "O trabalho dos três últimos presidentes desta Casa foi primordial para a conquista da qualidade em que o Legislativo paulista encontra-se hoje. E vamos continuar este trabalho."

A era do "uso determinante da palavra na política" na Assembléia foi lançada durante a coletiva. "Eu acredito na palavra, na palavra que tem de ser cumprida, tem de ser levada às últimas conseqüências", declarou Feldman, que prometeu resgatar o papel do Plenário e das comissões durante sua gestão. "Aqui não temos deputados de segunda ou terceira categorias. Todos terão seu espaço para discutirem suas idéias e seus projetos de lei". Ele negou que tenham ocorrido negociações para a definição da composição da Mesa. "O que houve foi o respeito pela proporcionalidade dos partidos, procedimento perfeitamente normal e legal."

"Nunca neguei que quisesse ser prefeito de São Paulo. Nunca escondi esse desejo e essa possibilidade, mas o PSDB respeita a fila de nomes mais fortes e em evidência para a candidatura. Agora, não é hora de pensar nisso". Feldman comentou, também, o lançamento do nome de Alckmin para a Presidência da República. "Sábios são os que lançam o nome do governador para a o cargo executivo maior do país, mas acredito que ele não queira dar um passo maior que a perna, vai passar, primeiro, pela disputa estadual."

alesp