Médicos discutem Qualidade de Vida na Terceira Idade

Saúde no cotidiano foi o tema abordado durante encontro da Frente Parlamentar Pró-Envelhecimento Saudável
18/04/2002 20:17

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DA REDAÇÃO (com fotos)

A deputada Maria Lúcia Prandi (PT), coordenadora da Frente Parlamentar Pró-Envelhecimento Saudável, convidou os doutores Sônia Franazari Pires, médica homeopata e ortomolecular, e Domingos Stamatto, psicanalista, para comporem a mesa da reunião sobre o tema Qualidade de Vida na Terceira Idade, realizado nesta quinta-feira, 18/4, no auditório Franco Montoro.

Depois da abertura feita pelo Coral de Sapopemba e de uma rápida explicação sobre os fundamentos da homeopatia, a doutora Sônia disse que o envelhecimento não pode ser confundido com adoecimento", porque se trata apenas de mais uma etapa da vida, que pode e deve ser cumprida com saúde. Para tanto, é preciso que se aprenda a ter uma visão holística do ser humano, abrangendo seus componentes físicos, mentais e espirituais."

Para a doutora Sônia, "o bem-estar mental vai desde saber administrar bem suas sensações até a procura de auxílio da psicanálise, quando necessário. O bem-estar físico compreende a boa alimentação, a respiração e boas atividades: exercícios, caminhadas, o saber espreguiçar-se e, quando necessário, a utilização de recursos da medicina. O bem-estar espiritual diz respeito às nossas relações com um ser superior e nossas ações, desde as comuns até as mais complexas, com outros seres humanos e animais. Aqui entra a homeopatia, descoberta pelo doutor Hanneman: ele trata o homem com doses mínimas (diluição) de um elemento que, aplicado normalmente, causaria alguma doença numa pessoa sã. Para bem aplicar esse tratamento é necessário que sejam conhecidas as características físicas, mentais e espirituais de cada paciente - isto é, que se tenha dele uma visão holística".

Epidemia de depressão

Domingos Stamatto explicou que a saúde na terceira idade depende da saúde anterior de cada pessoa: "de sua alimentação, dos pequenos ou grandes exercícios, das atividades quaisquer que sejam, pois todas são importantes. Hoje há uma epidemia de depressões, continuou, e nisso agem centenas de fatores. Mas mais importantes do que as causas são as maneiras de combater a doença. Nesse combate, de enorme importância é nosso interesse pelos demais, nosso grau de participação nas questões sociais. Quanto mais uma pessoa se interessa pelas que a cercam, pelo mundo em que vive, mais satisfeita fica consigo mesma - portanto, mais distante da depressão."

Stamatto falou ainda sobre a sexualidade: os preconceitos, a obsessão de rotular atitudes (como o homossexualismo, a masturbação, a atração por pessoas muito mais jovens) e de datar a sexualidade que, afirmam, deve desaparecer na terceira idade "Todas essas atitudes são puro preconceito e os preconceitos são todos prejudiciais. Não podemos nos esquecer de que a saúde é um ato cotidiano", concluiu.

alesp