Nos últimos dias, os jornais publicaram aos montes notícias sobre a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016. Foram matérias e artigos destacando de que maneira essa escolha será positiva para a nossa economia e a visibilidade turística que teremos. De fato, temos muito para comemorar, e o presidente Lula também teve motivos de sobra para se emocionar. A vitória carioca é uma vitória de todos nós. Anúncios de bancos, montadoras de automóveis, hotéis e de tantas outras empresas se apressaram para felicitar a decisão " e olha que a maioria delas tem sede aqui em São Paulo " mas eles percebem como isso será positivo para toda a nação. Estudos já mostram o impacto das Olimpíadas na economia brasileira e alguns especialistas afirmam que a escolha impulsionou até mesmo ações na Bolsa de São Paulo. As grandes empresas, e mesmo os pequenos comerciantes, serão beneficiados com o fluxo turístico que chegará ao Brasil, mas para que isso ocorra precisamos nos preparar, e logo. Hoje, o país mostra crescimento considerável. Estamos mais maduros política e socialmente, ou como diria o economista Paulo Rabello de Castro, com a escolha do Brasil como sede da Olimpíada e na esteira da Copa do Mundo de 2014, é necessário acrescentar o fator olímpico ao que ele chama de os três outros fundamentos da nova economia brasileira: o demográfico, o geográfico e o macroeconômico. Temos um novo futuro pela frente, vivemos um momento em que existe um conjunto de fatores de sucesso que poderão nos levar a um crescimento concreto. Em maio, escrevi um artigo no Diário da Assembleia intitulado "Esporte: uma política de Estado". Na época disse que há décadas o esporte brasileiro parecia ser vítima de um desinteresse generalizado e que nosso país ainda engatinhava no assunto. Não vejo ainda uma mudança concreta, já que os investimentos destinados à área ainda são mínimos frente à necessidade, porém agora é hora de progredir, e não temos mais tempo de discutir propostas, mas precisamos colocá-las em prática. Nossa vitória como potência esportiva nessas Olimpíadas, deve estar acompanhada de crescimento econômico, mais segurança, e investimentos em infra-estrutura e turismo. Em 2007, Roberto Macedo, economista com doutorado em Harvard (EUA), já alertava sobre a escolha do Brasil. Segundo ele, há estimativas de que os gastos chineses com as Olimpíadas alcançaram cerca de US$ 40 bilhões, e que, supondo o mesmo custo, uma edição das Olimpíadas aqui levaria 4% do nosso PIB de US$ 1 trilhão, o que, segundo ele, é aproximadamente o que o país gasta anualmente em educação. Fico muito feliz por nosso país ser o escolhido, sei que muitos empregos serão gerados e que muitos turistas desembarcarão por aqui, mas os recursos precisam ser levantados sem que outras áreas sejam atingidas, porque já temos outras tantas necessidades emergenciais. Estamos em um estágio de amadurecimento que exige empenho de todos nós. Existe a previsão de um salto econômico entre os anos de 2010 e 2020, que coincide com o bicentenário da independência de nosso país. A vitória, que nesse caso não é apenas política, precisa de uma mobilização geral e desde já. O progresso é resultado do esforço de toda a nação. Precisamos utilizar bem o novo calendário com que nos presentearam. *Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e presidente estadual do partido, também participa das comissões de Defesa dos Direitos do Consumidor e de Economia e Planejamento.