Deputada reage com indignação ao adiamento, pela terceira vez, do julgamento dos policiais que assassinaram dentista negro


17/08/2005 10:38

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) voltou a pedir justiça e reagiu com indignação à manobra que provocou o adiamento, pela terceira vez, do julgamento dos policiais militares acusados de assassinar o dentista negro Flávio Ferreira Sant´Ana, em fevereiro de 2003, na Capital. O julgamento aconteceria nesta terça-feira, 16/8, mas foi adiado devido à renúncia do advogado dos policiais, na tarde da última sexta-feira.

Sete policiais foram acusados de envolvimento na morte do dentista, "confundido" com um suspeito de envolvimento em um roubo. "Aos 28 anos de idade, depois de vencer desafios para se formar dentista, Flávio morreu unicamente porque era negro", lamenta a deputada Prandi, que integra a Frente Parlamentar Anti-Racismo da Assembléia Legislativa.

Ao constatarem que haviam assassinado um inocente, os PMs teriam forjado provas contra o dentista, chegando a colocar uma arma junto ao seu corpo, para alegar que ele teria reagido à abordagem.

O fato motivou a deputada Prandi a reivindicar que o Governo do Estado passe a fornecer qualificação anti-discriminatória aos policiais. A parlamentar reforçou o pedido quando novo "engano" levou a polícia paulista a matar outro jovem negro, de 22 anos, em abril do ano passado.

Reforçando que é urgente acabar com a impunidade dos crimes raciais, a deputada Maria Lúcia Prandi ressalta que o Governo do Estado continua negligenciando outra antiga reivindicação sua: a instituição de uma Ouvidoria Pública Estadual, específica para receber e encaminhar denúncias de preconceitos e discriminação.

mlprandi@al.sp.gov.br

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