A pena de morte e o patrulhamento

OPINIÃO - Afanasio Jazadji*
12/12/2003 16:48

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Existe patrulhamento contra qualquer cidadão que venha a defender a introdução de pena de morte no Brasil. Mesmo que a proposta seja para usar essa forma de punição apenas nos casos comprovados de crime hediondo. E eu pergunto: onde está a democracia? Estranhamente, a patrulha contra a idéia de um plebiscito a respeito da pena de morte é liderada pelos mesmos defensores dos direitos humanos dos bandidos, aqueles perniciosos a favor de um plebiscito em 2005 para decidir sobre a proibição da venda e do uso de armas.

Para armas, segundo essa gente, o plebiscito é válido; para pena de morte, não. Qual o critério? A argumentação do grupo contrário à simples discussão a respeito da adoção de penas mais drásticas no País é a de que nada deve ser decidido sob o impacto da emoção, em época de um crime tão cruel.

Haverá algum período sem crimes chocantes? O mais recente, que provocou revolta em todo o Brasil, foi o episódio dos estudantes Liana Friedenbach e Felipe Caffé, seqüestrados em 30 de outubro, em Juquitiba, e assassinados sob a inspiração de um rapaz de 16 anos, vulgo "Champinha". A repercussão desse caso ainda tem desdobramento, tanto que o pai de Liana, Ari Friedenbach, tem sido recebido por diversas autoridades. O respeitado rabino Henry Sobel participou da passeata contra a violência e declarou-se a favor da pena de morte. Em seguida, sofreu enormes críticas e pressões. E então: onde está a tal liberdade de expressão?

Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

deputadoafanasio@al.sp.gov.br

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