O Trânsito Infernal de São Paulo


15/12/2003 14:55

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Da Assessoria do deputado Arnaldo Jardim

O Centro de Estudos Raduan, presidido pelo deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS), reuniu terça-feira passada, 9/12, renomados especialistas para debater "Soluções para melhorar o trânsito e o transporte na cidade de São Paulo".

Coordenado por Eduardo Ferrari, em parceria com o ex-diretor de Engenharia e Obras da Companhia Paulista de Trens Metropolitano (CPTM ), Ademir Venâncio de Araújo, teve como expositores, o Diretor de Engenharia do Metrô de São Paulo, Sérgio Salvadori; Diretor de Engenharia e Obras da CPTM, Pedro Benvenuto; Assessora técnica da Secretaria Municipal dos Transportes de São Paulo, Ana Odila; Consultor e Professor de Transporte da USP, Jaime Waisman e o Consultor e Ex-Presidente da CPTM, Oliver Hossepian. Participaram também, profissionais atuantes na área pública, consultores, empreendedores no setor de transportes, especialmente de transportes metropolitanos.

"Diariamente nos debatemos com os problemas de transportes que englobam: horários irregulares dos transportes públicos, a sua má conservação, o alto preço da tarifa, a falta de mobilidade, entre outros. Diante desta realidade, o debate se desencadeou da necessidade de se discutir a importância em instituir políticas sobre o transporte que visem a diminuição da poluição e dos acidentes nas metrópoles que a cada ano matam milhares de pessoas e constituem um grave problema de saúde pública", afirmou Eduardo Ferrari.

Por sua vez, o Diretor de Engenharia do Metrô de São Paulo, Sérgio Salvadori, informou que a Companhia do Metrô já colocou em concorrência a primeira fase da Linha 4 e a inauguração está prevista para o ano que vem.

Para a segunda fase, o grande desafio será conseguir trazer para o empreendimento a participação da iniciativa privada, uma vez que o Governo não disponibiliza de recursos, devido o seu custo elevado. "Mas para isso, necessita-se de um modelo eficaz que permita a participação das empresas".

Acrescentou ainda que "hoje um dos maiores problemas está no fato das instâncias, no âmbito Federal, Estadual e Municipal, perderem tempo "brigando" entre si sobre os diversos meios e formas de transportes (como trem, metrô, ônibus), sendo que todas tem espaço para atuarem em benefício ao transporte na cidade de São Paulo".

Segundo ele, o carro continua sendo um objeto de luxo, mas se o sistema de transportes públicos não oferecer uma qualidade comparável aos automóveis, continuará enfrentando dificuldades em fazer com que as pessoas deixem o veículo em casa para usar outro tipo de transporte".

"A CPTM está se esforçando para expandir sua rede e conseguir fazer parceria com a iniciativa privada com o intuito de ampliar a linha 4 e atender, cada vez mais, um número maior de pessoas. "Hoje estamos prosseguindo a linha Paulista em direção ao Sacomâ, com a expectativa de inauguração para maio de 2006".

Para o Diretor de Engenharia e Obras da CPTM, Pedro Benvenuto, a questão do "privilégio" do automóvel, a baixa produtividade e o grande tempo de recurso do sistema de ônibus, como também a coordenação institucional são um dos principais gargalos que amarram hoje a competitividade no sistema integrado do transporte. "Uma das soluções está na instituição de pedágios, integração de ações mais eficazes de trânsito e transporte, no melhoramento do ambiente urbano e implantação de áreas verdes em torno da área de circulação de pedestres - o que deveria ser mais contemplado em projetos de incentivo a tecnologia limpa".

Outro problema está na questão da regulamentação do sistema integração ônibus urbano e vans ao transporte metroferroviário que já foi mais estruturado.

"Acredito que a saída para a maioria desses problemas está na realização da Parceria-Público-Privada (PPP) em busca de recursos não governamentais". Destacou ainda, que o preço da tarifa deve ter um valor mais justo para quem se beneficia do transporte público, assim como deve-se repensar o pedágio urbano, o imposto verde e a tarifa de melhoria.

"Todas essas discussões devem ser agregadas à tarifa para subsidiar os mais necessitados e assim multiplicar e regular os pontos de integração, facilitar as informações para os usuários e aumentar a segurança".

Para Arnaldo Jardim o evento foi muito proveitoso uma vez que foi possível discutir a situação caótica do trânsito e do transporte na cidade de São Paulo, através de medidas mais profundas para combater o caos urbano - traduzido em congestionamentos e acidentes com vítimas. "Esta clara a profundidade do problema: compromete a economia, transforma a vida de todos, causa mortes e acaba com o humor das pessoas. Porém, o mais importante, é que há solução: estruturais, como a prevalência de transporte coletivo, restrição a circulação de automóveis, a adequação da malha viária, e para tudo isto, a necessidade de novas e criativas estações. E também soluções conjuntivas imediatas são necessárias e possíveis, como: disciplinar o serviço de motoboys, pontos de estacionamentos, alternância dos horários de estabelecimentos comerciais, industriais, educacionais para conter os "picos de fluxo".

Por fim, informou que a apresentação do evento se resultará numa substanciosa publicação sobre transportes que será divulgada no ano de 2004.

ajardim@al.sp.gov.br

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