Audiência pública deve debater queimadas e mortes nos canaviais do Estado


09/02/2006 16:12

Compartilhar:


O deputado Ítalo Cardoso (PT) vai propor ao demais membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia a realização de audiência pública para tratar de problemas envolvendo as queimadas e as mortes nos canaviais de São Paulo. Ítalo, que preside a Comissão, disse que é necessário debater e investigar a precarização do trabalho, a incidência de doenças ocupacionais e as mortes de trabalhadores. A audiência deverá acontecer em março, num município ainda não definido da região central do Estado.

As mortes recentes de 13 trabalhadores podem ter sido causadas pelo aumento da média de corte exigida de cada trabalhador. Esta média saltou de 5 a 8 toneladas para números que vão de 12 a 17 toneladas. Para cortar 10 toneladas de cana, um trabalhador é obrigado a desferir cerca de 9.700 golpes de facão, segundo informações veiculadas no jornal Agora São Paulo e no programa Fantástico, exibido pela Rede Globo.

Em reunião realizada em seu gabinete, Ítalo Cardoso tratou da questão com o vereador de Araraquara Carlos Nascimento (PT), que tem acompanhado a situação dos canavieiros na região central do Estado, e com o chefe da Ouvidoria e coordenador da Comissão de Combate à Tortura e à Violência Institucional da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Pedro Montenegro.

Ítalo considera fundamental que estejam presentes nessa discussão representantes dos trabalhadores, do patronato, profissionais da área da saúde, de ambientalistas e de organismos como o Ministério Público Federal e Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. O deputado também considera imprescindível a participação dos prefeitos, já que suas cidades recebem um grande número de trabalhadores na época da colheita. "É necessário discutir alguma espécie de contrapartida que assegure mais recursos para essas cidades, com objetivo de garantir um melhor atendimento a esses trabalhadores, bem como ações de recuperação ambiental", destacou.

alesp