Opinião - Bullying entre os jovens


22/04/2010 18:07

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A infância e a adolescência são fases essenciais e que precisam ser respeitadas, esse período de transição e formação direciona os passos do indivíduo adulto. A palavra adolescência tem origem no latim "adolescere" e significa "fazer-se homem/mulher", essa fase é caracterizada pelas transformações físicas e psicológicas, que dão origem a certos comportamentos. E é exatamente por este motivo que apresentei, em novembro de 2009, o Projeto de Lei 1.239.

O PL institui o Programa de combate ao "bullying" nas escolas públicas e privadas do Estado de São Paulo. O bullying é definido como um ato de agressão intencional e repetida por meio de violência física e psicológica, de forma cruel e intimidadora. Isso pode ocasionar desequilíbrio emocional na criança ou no adolescente. O aluno sofre com gozações, insultos, apelidos constrangedores que levam a vítima à exclusão social. Essas atitudes agressivas, que geralmente ocorrem de maneira intencional e repetitiva, causam angústia e dor. O bullying é considerado a violência da modernidade, e na maioria dos casos age de forma silenciosa e, por esse motivo, os pais nem sempre percebem. Isso pode influenciar diretamente na autoestima dessa criança.

Estudos feitos pela pedagoga Cleodelice Aparecida Zonato Fante com dois mil estudantes de 5ª a 8ª séries do Brasil, mostram que, entre 2000 e 2003, 49% dos alunos estavam envolvidos com o bullying: 22% eram vítimas, 15% eram agressores e 12% eram vítimas agressoras. A vítima geralmente tem algum traço destoante do modelo imposto pelo grupo e, por isso, torna-se hostilizada em público, o que para alguns colegas é algo completamente normal.

Imagine-se vivendo em um ambiente de gozações, violência e falta de respeito. Até mesmo para nós adultos é muito difícil suportar de forma passiva esse tipo de situação, imagine para um uma criança ou jovem que muitas vezes nem sabe se defender. Para essas pessoas o simples hábito de ir à escola pode tornar-se um martírio, deixando traumas por toda a vida. É fundamental que tanto a família quanto a escola assumam a responsabilidade de formar e informar os jovens para que esses não se tornem o indivíduo agressor, mas sejam maduros a ponto de respeitar seu colega de sala.

É importante que as escolas e os profissionais estejam preparados para receber os alunos que sofrem com o bullying. As instituições também devem intervir sempre que necessário, e o agressor precisa ser punido. Além disso, o espectador, que é aquele que presencia as situações e não interfere, não pode omitir esse fato. Os pais também exercem uma função fundamental, devem ficar atentos às reações e comportamentos de seus filhos. Para alguns as gozações podem ser saudáveis, mas para esses jovens, essa espécie de agressão pode mudar drasticamente as suas vidas.



*Gilmaci Santos é deputado pelo PRB e presidente estadual do partido. Também participa das comissões de Defesa dos Direitos do Consumidor e de Economia e Planejamento.

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